Uma operação do ministério da Justiça contra a pirataria digital prendeu dez pessoas e bloqueou mais de 700 sites e aplicativos de streaming ilegal na nova fase da “Operação 404”, que começou em 2019 e mobilizou policiais de 11 estados brasileiros. A força-tarefa cumpriu 30 mandados de busca e apreensão, suspendeu 461 aplicativos, 15 redes sociais e 266 sites ilegais. A pirataria digital movimenta em um ano cerca de R$15 bilhões, só em impostos o governo deixa de arrecadar cerca de R$ 2 bilhões. O coordenador do laboratório de operações cibernéticas do ministério da Justiça, Alessandro Barreto, admitiu que a população parece não ter noção da gravidade deste tipo de crime, uma vez que estes sites atraem 33 milhões de usuários.
“Nós temos que parar de romantizar a pirataria. Pirataria é crime e ela alimenta diversas outras organizações criminosas que se utilizam de recursos tecnológicos para aferir mais lucros. O objetivo da Operação 404 é identificar estas pessoas e retirar o conteúdo do ar, seja em sites aplicativos ou até mesmo dentro do Metaverso, para tentar mitigar os efeitos danosos que este tipo de crime causa ao nosso país”, declarou.
Pela primeira vez os investigadores fizeram uma ação de busca e apreensão no chamado Metaverso, que é um espaço virtual compartilhado onde o virtual ea realidade caminham lado a lado. O foco desta nova fase da operação não é no consumidor, e sim em quem produz o conteúdo pirata. Mas, na prática, deve beneficiar o usuário pois 75% dos sites que foram suspensos capturavam dados, segundo informaram as autoridades. “Ás vezes o consumidor compra uma ‘caixinha’ achando que está economizando e esta ‘caixinha’ está com malwares instalados que estão capturando dados pessoais, informações e lá pra frente o barato pode sair mais carto. Eu sempre falo que as pessoas tem que ter cuidado quando se acharem espertas na internet. Lembre-se tem sempre alguém mais esperto que você, que vai te oferecer um serviço mais barato, mas como diz o ditado ‘não tem almoço grátis'”, alertou Barreto.
Entre as irregularidades encontradas pelos investigadores estão crimes contra a propriedade intelectual, lavagem de dinheiro e associação criminosa. De acordo com o coordenador, a internet abriu uma gama de oportunidades para o crime organizado: “O crime nunca entrou em quarentena, nessa época de interconectividade as pessoas estão cada vez mais em redes sociais o crime vê uma chance de aferir mais lucros. Os criminosos saltaram na rede para alcançar vítimas, atacar negócios e aferir mais lucros”. Um dos principais objetivos do ministério da Justiça é reduzir a arrecadação das organizações criminosas e, para isso, acredita ser necessário minar a monetização dos conteúdos compartilhados na internet. A pasta tem mantido contato com agências de publicidade e já listou os sites considerados ilegais que não devem mais ser remunerados.
Fonte: jovempan
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