Animais de estimação são verdadeiramente os melhores amigos do homem, compartilhando alegrias e companheirismo. Esse vínculo faz com que muitos tutores desejem incluir seus cães e gatos em todas as facetas de suas vidas, incluindo viagens, sejam elas por terra ou pelo ar. No entanto, o que alguns tutores podem não saber é que, assim como os humanos, os pets também podem sofrer com o mal-estar causado por trajetos longos. Sendo assim, é essencial conhecer e aplicar práticas e cuidados específicos antes de partir para uma jornada com seus animais de estimação. Com a aproximação das férias escolares e o início das viagens, o Estadão conversou com Pedro Henrique Domingues de Oliveira, médico veterinário e pesquisador graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), buscando orientações sobre como prevenir o enjoo em cães e gatos.
Assim como seres humanos, os animais são afetados pela cinetose – também conhecida como enjoo de movimento ou tontura do movimento. “É um enjoo causado por estímulos conflitantes que o cérebro recebe do sistema visual, vestibular, que é responsável pelo equilíbrio, e proprioceptivo, responsável pela consciência do posicionamento do nosso corpo no ambiente”, explica o médico veterinário. Os sintomas podem variar de animal para animal, mas, de acordo com Oliveira, os mais comuns são: náusea, aumento da frequência respiratória, tontura e vômitos.
Porém, além da cinetose, os pets também podem passar mal após episódios de estresse durante a viagem. Os sintomas mais comuns são aumento na produção de saliva, aumento da frequência respiratória e cardíaca, episódios de urina e defecação espontânea. Em animais pré-dispostos, pode desencadear dermatite por estresse e atópica, além de crises epilépticas. Esses episódios podem começar apenas com a quebra de rotina do animal, mas elementos como freadas e curvas bruscas, sons altos e cheiros desconhecidos também contribuem para o estresse do pet.
Existem vários cuidados que podem ajudar na prevenção do enjoo dos animais de estimação. Uma das recomendações do especialista é não viajar após o pet se alimentar e não oferecer alimentos durante a viagem. Um aspecto crucial para o bem-estar do seu pet durante viagens é assegurar que o meio de transporte escolhido seja adequadamente ventilado. No contexto de viagens aéreas, torna-se imprescindível verificar se o compartimento destinado ao transporte do animal é apropriado, garantindo que a caixa de transporte esteja situada em uma área que ofereça uma boa circulação de ar. Em casos de viagens de carro, o veterinário recomenda que os condutores evitem freadas bruscas e curvas rápidas, para evitar episódios de estresse no trajeto.
Ele também ressalta a importância de levar itens de higiene do pet e água dentro do veículo.”Tem que ter paciência com o animal. Não adianta se estressar, só vai estressar ele também. Não é culpa dele, os animais são submetidos a isso porque nós levamos eles para passear. Então, a responsabilidade de minimizar esses riscos é nossa”, pontua. Oliveira também cita que, em alguns casos, pode ser recomendado o uso de medicamentos, fitoterápicos, acupuntura e outros elementos de terapias integrativas para aliviar a ansiedade dos animais. Caso seu pet seja pré-disposto, é importante consultar um médico veterinário de confiança antes de levá-lo para uma viagem.
Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: jovempan
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