A Câmara dos Deputados elegeu nesta quarta-feira, 25, com 232 votos, o deputado federal Lincoln Portela (PL-MG) como vice-presidente da Mesa Diretora da Casa. Concorreram ao cargo cinco parlamentares do PL. O candidato oficial da sigla era Portela, integrante da bancada evangélica. Outros quatro deputados – a ex-ministra Secretaria de Governo da Presidência Flávia Arruda (DF), Fernando Rodolfo (PE), Capitão Augusto (SP) e Bosco Costa (SE) – apresentaram candidaturas avulsas. Para os cargos de segundo e terceiros secretários da Casa foram eleitos, respectivamente, Odair Cunha (PT-MG), com 325 votos, e Geovania de Sá (PSDB-SC), com 380.
Os cargos da Mesa Diretora ficaram vagos porque os deputados Marcelo Ramos (PSD-AM), Marília Arraes (Solidariedade-PE) e Rose Modesto (União Brasil-MS) deixaram, respectivamente, o PL, o PT e o PSDB durante a janela partidária. O caso mais emblemático envolve o parlamentar do Amazonas. Crítico ferrenho do governo Bolsonaro, Ramos deixou o PL após a filiação do presidente da República, argumentando que passou a sofrer perseguição interna após a entrada do mandatário do país. O deputado conquistou uma liminar, concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se abstivesse de acatar qualquer deliberação do Partido Liberal que buscasse afastá-lo da vice-presidência da Casa. A movimentação de lideranças do PL se acentuou após Bolsonaro admitir, em sua live semanal, que agiu para destituir o opositor do segundo cargo mais importante da Câmara. Na segunda-feira, 23, Moraes recuou e revogou sua própria decisão, sob o argumento de que a escolha dos cargos da Mesa Diretora é um assunto interno da Câmara.