As 14 escolas de samba do Grupo Especial do carnaval de São Paulo desfilarão no Sambódromo do Anhembi no próximo fim de semana. Os desfiles acontecerão nas noites dos dias 17 e 18 de fevereiro, com sete escolas se apresentando em cada dia. A Independente Tricolor será responsável por abrir a festa, enquanto a Dragões da Real será a última a desfilar, já na madrugada de domingo. A expectativa é de que a atual campeã, Mancha Verde, vá em busca do tricampeonato enfrentando fortes concorrentes, como Mocidade Alegre, Império de Casa Verde, Dragões da Real e Acadêmicos do Tatuapé. Para te deixar por dentro dos desfiles, preparamos um guia com todas as informações que você precisa saber sobre as escolas.
Recém-promovida ao Grupo Especial, a Independente Tricolor abrirá os desfiles do Grupo Especial. A agremiação já esteve na elite em 2018, mas acabou sendo rebaixada em sua estreia. Neste ano, a escola fará alusão à estratégias para vencer batalhas, traçando um paralelo com a realidade da escola e sua luta para voltar e permanecer no Grupo Especial do carnaval. Na diretoria, a novidade é a chegada do Mestre Cassiano Andrade, que comandou a Uirapuru da Mooca até ano passado.
Os títulos de 2017 e 2018 firmaram a Acadêmicos do Tatuapé como uma das principais escolas do carnaval no momento. Em 2022, a escola fez um desfile forte, mas um problema no carro alegórico quase custou a permanência na elite do carnaval paulista. Neste ano, a Tatuapé apostou na manutenção do time, que já está na escola há anos. Além disso, a escola voltará a fazer homenagens a locais, seguindo os enredos de 2018 (Maranhão) e 2020 (Atibaia), apostando em um enredo sobre a cidade e a história de Paraty, no Rio de Janeiro.
Depois de retornar ao carnaval paulista em 2020, o Barroca Zona Sul conseguiu se manter na elite sem grandes sustos. A principal diferença está no carnavalesco Rodrigo Meiners, que assina o desfile deste ano sozinho. A escola trará a história dos Guaicurus, população indígena que habitou o pantanal e defendeu seu território das invasões estrangeiras por 300 anos. A expectativa é de que a escola consiga se manter na elite e brigue por um retorno no desfile das campeãs.
Uma das escolas que se firmou na elite, mas ainda sonha com um título é a Unidos de Vila Maria. A agremiação vive bons momentos, vindo de três carnavais consecutivos no desfile das campeãs. Neste ano, a aposta é em uma homenagem ao bairro que abriga a escola, contando um pouco da história do local. O time que comanda a escola é experiente, com Mestre Moleza indo para o 10º carnaval com a agremiação, com o carnavalesco Cristiano Bara indo para o quarto desfile e o intérprete Wander Pires chegando para seu quinto desfile. A expectativa da escola é de conquistar o título, mas a concorrência será difícil.
Dona de sete títulos do carnaval paulista, a Rosas de Ouro tenta voltar ao topo do pódio, lugar que não alcança desde 2010. O time é o mesmo que trabalhou no último carnaval, quando a escola agitou o Anhembi, mas deixou a vaga no desfile das campeãs escapar por detalhes. Neste ano, a escola da Zona Norte trará a luta do povo negro pela liberdade, passando por eventos históricos até o presente. Uma curiosidade é o samba-enredo, que tem entre os compositores o cantor Arlindo Cruz.
A Tom Maior vive bom momento no carnaval paulista, tendo desfilado entre as campeãs em 2018 e em 2022. Entretanto, o contexto interno da escola da Zona Norte pode atrapalhar as pretensões de um grande carnaval. Isso porque, em dezembro do ano passado, Luciana Silva, então presidente da escola, renunciou ao cargo alegando problemas pessoais. O mestre da bateria, Carlão, assumiu o cargo de presidente para este carnaval na reta final da preparação. Se o clima interno não é dos mais calmos, o time da escola é de primeira, com Flávio Campello comandando o terceiro carnaval na escola e o experiente Gilsinho indo para seu segundo ano na agremiação.
Tradicional no carnaval de São Paulo, a Gaviões da Fiel não vive seu melhor momento e não consegue voltar ao desfile das campeãs desde 2011. A realidade de problemas financeiros é compensada por uma das maiores torcidas do carnaval. O time que vem para o Anhembi é o mesmo dos anos anteriores, com exceção dos carnavalescos André Marins e Júlio Poloni, que substituem Zilkson Reis. No desfile, a escola pregará a união das religiões e o respeito entre as diferentes crenças.
Campeã do Grupo de Acesso I em 2022, a Estrela do Terceiro Milênio é a estreante no Grupo Especial do carnaval paulista. A escola do Grajaú foi fundada em 1998 e tem um time experiente no comando. Vitor Velloso comanda a bateria desde 2019, enquanto Murilo Lobo é o carnavalesco desde 2018, sendo responsável pelos grandes resultados recentes da escola. No carro de som, a agremiação traz dois dos principais nomes de São Paulo: Bruno Ribas e Grazzi Brasil. Para cumprir a meta de ficar no Grupo Especial, a escola falará sobre o humor, contando a história e homenageando grandes nomes da comédia brasileira.
Depois de conseguir garantir a permanência na elite em 2022, a Acadêmicos do Tucuruvi chega em 2023 com ambições maiores. Dione Leite segue no comando do carnaval, agora ao lado de Yago Duarte. A grande novidade na diretoria é a chegada de Carlos Júnior para comandar o microfone da escola da Zona Norte. Em seu desfile, a escola homenageará a sambista Bezerra da Silva e sonha em retornar ao desfile das campeãs, que não frequenta desde 2014.
Atual campeã do carnaval de São Paulo, a Mancha Verde vem em busca de seu terceiro título no Grupo Especial para se firmar entre as grandes escolas do carnaval paulista. O time é o mesmo que conquistou o título em 2022, com exceção de André Machado, que assina o enredo deste ano sozinho. A expectativa é de que a escola faça um grande desfile e evite problemas na avenida, já que, no último carnaval, uma parte de uma alegoria caiu minutos antes do desfile e atrasou a entrada da escola no Anhembi.
Outra postulante ao título é a Império de Casa Verde, que vem oscilando desde o título de 2016, alternando entre bons e maus resultados. O time permanece quase intacto em relação ao que conquistou o terceiro lugar em 2022, com exceção do intérprete. Considerado um dos símbolos da escola, Carlos Jr. deixou a agremiação neste ano, sendo substituído pelo experiente Tinga. A escola falará sobre ancestralidade e construção de identidade através do batuque. O samba-enredo foi aclamado pelo público, que o considera um dos melhores do ano.
Considerada uma das maiores escolas de São Paulo, a Mocidade Alegre vive uma seca de quase uma década no carnaval paulista. O último título veio em 2014 e a agremiação tenta mudar isso. Jorge Silveira é o grande reforço da escola para o desfile, que falará sobre a história do primeiro samurai negro. No carro de som, Igor Sorriso vai para seu sétimo desfile com a Morada do Samba. Já na bateria, Sombra chega para mais um carnaval à frente da Ritmo Puro. A expectativa é de um grande desfile, com a escola chegando como uma das postulantes ao título.
O título do carnaval de 2020 elevou o nível do Águia de Ouro, que volta este ano como postulante ao título, apesar de não ter o favoritismo de outros tempos. Sidney França chega ao seu quarto carnaval na escola e promete outro grande desfile ao falar sobre o céu e homenagear grandes personagens do carnaval que já se foram. A obra será inspirada na história de Sueli Maria da Silva, fundadora da marca Sodiê Doces. No carro de som, os destaques são as chegadas de Serginho do Porto e Chitão Martins, que substituem Tinga, enquanto Douglinhas segue firme no comando do vocal.
Desde que chegou ao Grupo Especial, a Dragões da Real acumula bons resultados, mas não conseguiu seu principal objetivo: ser campeã da elite do carnaval. Dentre os bons resultados, destacam-se dois vice-campeonatos: 2017 e 2019. Para este ano, a escola trouxe reforços. Um dos principais nomes do carnaval paulista, Jorge Freitas foi contratado para comandar o carnaval da escola. Outra mudança é na bateria, onde Klémen, ex-mestre da Independente Tricolor, assume a batucada com intenção de mudar as notas baixas recebidas em outros carnavais. Com um enredo sobre João Pessoa e um samba que caiu na graça da comunidade, a escola não é favorita, mas ainda pode surpreender e conquistar o título.