28 de Setembro de 2024

Centros Comunitários lutam para sobreviver com ajuda da população


Quando o poder público não tem "pernas", a população arregaça as mangas. Não é de hoje que os centros comunitários de Bauru estão terceirizados para grupos de moradores administrarem. Se não tem munícipe para cuidar, resta a inatividade, o cadeado no portão e a deterioração do tempo. A atual gestão, desde que assumiu há um ano, também não tem intenção de protagonizar e mudar este cenário. Tampouco há projetos do Executivo para isso.

No Jardim Europa, por exemplo, conforme o JC publicou no dia 6 de maio de 2021, o local é de propriedade da Cohab e estava em situação deplorável, com matagal de quase 1 metro e meio altura, playground quebrado, água parada, área interna imunda e deteriorada, além de não ter itens básicos, como o hidrômetro para medição do DAE e caixa d'água. Há exatos oito meses, tudo mudou. Graças à Associação de Moradores do Parque das Nações, bairro vizinho que puxou para si a responsabilidade de fazer o que seria de dever do poder público: promover neste prédio momentos de lazer, cultura, auxílio social e atividades de capacitação para geração de renda.

Este centro cultural fica na quadra 1 da rua Hermes Camargo Baptista e já foi sede de apoio a um Centro de Referência da Assistência Social (Cras). Há três anos, o espaço estava completamente abandonado. Segundo Casemiro de Abreu Neto, 51 anos, da associação de moradores do Parque das Nações, responsável por liderar grupo que revitaliza este centro comunitário, neste imóvel os amigos doaram material de limpeza, hidrômetro, caixa d'água de mil litros, ligação para o poste e ainda pagam a conta de água mensalmente. De acordo com ele, foram arrecadados com um vaquinha R$ 600,00 para instalar a eletricidade. "Fizemos tudo, sem qualquer tipo de apoio da prefeitura. A única coisa que fizeram foi recolher os restos de capinação que nós fizemos e entulho", detalha.

19 PRÉDIOS

O site da prefeitura não disponibiliza a informação, mas Bauru, segundo a Sear, possui 19 centros comunitários. Treze deles são do município, situados nos bairros Bauru 16, Ferradura Mirim, Gasparini, Independência, Redentor, José Regino, Nove de Julho, Octávio Rasi, Ouro Verde, Geisel, São Geraldo (reformado em 2019 com R$ 7.018,54 pelo Orçamento Participativo), Flórida/Eldorado e Vista Alegre. Dois são da Cohab: Jardim Europa e Mary Dota e quatro são particulares, cedidos pelos proprietários para associações, nos bairros Araruna, Colina Verde, Santa Terezinha e Parque União.

CÂMARA

De acordo com o presidente da Câmara, vereador Markinho Souza (PSDB), os centros comunitários têm perdido suas funções há algum tempo. "É preciso uma revitalização para que estes centros cumpram a sua função. Precisa também reorganizar as associações de moradores, que poderiam ajudar no processo de revitalização. Nada melhor que moradores dos bairros para saber o que é importante para cada região. Para isso, defendo que pessoas que conhecem a fundo a nossa cidade, conduzam esse processo. Coloco desde já a Câmara Municipal para ajudar nas discussões desta importante demanda", comenta o parlamentar.

"DESCONHECEM"

A vereadora Estela Almagro (PT) recorda que a Secretaria Municipal das Administrações Regionais (Sear) tem como responsabilidade cuidar dos centros comunitários e critica o fato de a prefeita Suéllen Rosim nomear para o Departamento Social da pasta pessoas que desconhecem a cidade. "Primeiro foi nomeado o dono de uma fábrica de sorvetes, que acabou desistindo e saiu. Depois, o amigo de infância e músico da igreja, que depois da audiência realizada por mim, pediu para ser gerente na Emdurb. E depois nomeou sua cabeleireira como diretora deste departamento. Deveria ser uma equipe técnica, porque temos aproximadamente 90 associações e lideranças comunitárias na cidade de Bauru. Muitas delas ainda sofrem com desatualizações dos seus estatutos ou estão inativas", relata a vereadora.

SEAR

O secretário da Sear, Jorge Luís de Souza, servidor de carreira há 30 anos, comenta que a prefeitura disponibiliza os centros para a comunidade usufruir e desenvolver atividades e os concede legalmente às associações de moradores. "Quando uma associação assume, cabe à ela a manutenção do prédio. O termo é lavrado por meio de decreto. Há um procedimento legal em relação a isso. Durante a pandemia, as associações deixaram de usar estes espaços e eles foram se deteriorando. A Sear entrega limpo ou contribui com a limpeza no ato da entrega", explica.

Ainda segundo a Sear, além do Jardim Europa, o centro comunitário do Bauru 16 também está cedido para uma associação de moradores. O do Núcleo José Regino está fechado e sem interessados. O do Redentor está em processo de reintegração de posse.



Fonte: JC Net

Fonte: jcnet

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