As Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022 podem sofrer mais uma reviravolta. Depois de alguns jogos serem adiados pela pandemia do novo coronavírus ou por causa da invasão da Rússia na Ucrânia, a seleção chilena, que terminou na sétima posição na classificação geral, tenta ficar com a vaga do quarto colocado Equador nos bastidores. Isso porque, nas última quarta-feira, 4, de acordo com o jornal norte-americano “The New York Times”, o Chile apresentou uma denúncia na Fifa de que a seleção equatoriana escalou um jogador de maneira irregular durante oito rodadas da competição.
Conforme relatado pelo veículo de comunicação dos Estados Unidos, a Federação Chilena de Futebol enviou um dossiê para a Fifa que inclui até a certidão de nascimento do lateral-direito Byron Castillo, que teria nascido na Colômbia três anos antes de ser registrado como equatoriano. De acordo com as regras da entidade máxima do futebol, a escalação de um jogador de maneira irregular pode resultar na retirada de pontos. Assim, o Equador perderia os catorze pontos conquistados com o defensor em campo, deixando a zona de classificação para o Mundial do Catar, marcado para acontecer entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro deste ano.
Sétimo colocada das Eliminatórias, o Chile se beneficiaria da punição aos equatorianos, já que Byron Castillo esteve em campo nas duas vezes em que as seleções se enfrentaram. O lateral-direito, no entanto, não participou dos jogos da La Tri contra Peru e Colômbia, que terminaram, respectivamente, na quinta e sexta posições – os peruanos vão disputar a repescagem com Austrália ou Emirados Árabes, enquanto os colombianos estão fora do Mundial. “O nível, tanto em quantidade quanto em qualidade, das informações e evidências que conseguimos coletar nos surpreendeu”, disse Eduardo Carlezzo, advogado que representa a Federação Chilena, ao “NY Times”.
O caso de Byron Castillo, lateral de 23 anos do Barcelona de Guayaquil, desperta preocupação nos dirigentes do Equador há alguns anos. Ainda em 2021, o vice-presidente da federação equatoriana, Carlos Manzur, afirmou que não convocaria o jogador para “não colocar em risco tudo o que tem sido feito” pela seleção. Já o Chile, por sua vez, acredita que o caso não terminará em “pizza” e terá o direito de disputar a próxima Copa. “Nós entendemos, baseados em todas as informações e documentos coletados, que os fatos são muito sérios e devem ser investigados pela Fifa. Nós sempre respeitamos os princípios do fair play e esperamos que outras federações façam o mesmo”, disse o presidente da Federação Chilena, Pablo Milad.
No início do mês passado, vale lembrar, a Fifa realizou o sorteio da fase de grupos da Copa do Mundo de 2022. Nele, ficou definido que o Equador irá integrar a chave A, ao lado do Catar (país-sede), de Senegal e Holanda. Caso os equatorianos não sejam punidos, a La Tri irá estrear contra os donos da casa, no dia 21 de novembro, no Al Bayt Stadium. Quatro dias depois, o duelo será contra os holandeses, pela segunda rodada, no Khalifa Stadium. No mesmo estádio, a equipe de Gustavo Alfaro encara os senegaleses, no dia 29 de novembro.