22 de Novembro de 2024

Cidade de São Paulo reduz em 45% o número de novas infecções por HIV em seis anos


Marcelo Camargo/ABr

Quase 11 mil brasileiros morreram de HIV como causa básica em 2022. Dados do Ministério da Saúde foram divulgados na última semana para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, ocorrido no dia 1º de dezembro. Neste Dezembro Vermelho, mês que marca a campanha mundial de conscientização e combate à doença, a cidade de São Paulo registrou, pelo sexto ano consecutivo, redução no número de novos casos de infecção por HIV. Em 2022, foram 2.066 novos casos, segundo o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria Municipal de Saúde. O número é 45% menor do que em 2016, quando foram feitos 3.761 registros. Na comparação com 2021, que teve 2.393 novos casos, a queda foi de 13,6%. O HIV, sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana, é o retrovírus que causa a Aids. Ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças.

O HIV pode ser transmitido via relações sexuais sem o uso de preservativo, uso compartilhado de seringa, transfusão de sangue contaminado ou durante a gravidez, parto ou amamentação de uma mãe portadora do vírus. Em entrevista à Jovem Pan News, o infectologista Alexandre Naime Barbosa apontou que a expansão do acesso aos serviços de testagem e tratamento possibilitaram a capital paulista reduzir o volume de novas infecções: “Quando a pessoa tem a infecção pelo HIV, recebe tratamento e faz o tratamento correto, antigamente conhecido como ‘coquetel’. Aí a gente consegue atingir o que a gente chama de carga viral indetectável no sangue e esse indivíduo, a partir desse momento, deixa de transmitir, o que reflete nesta boa notícia”.

Ao todo, desde 2018, a cidade de São Paulo realizou cinco milhões de testes rápidos para detectar o HIV. Em 15 a 20 minutos o resultado fica pronto e quando o diagnóstico é positivo o paciente pode iniciar o tratamento imediatamente. A Rede Municipal Especializada em ISTs e Aids é composta por 28 serviços, entre eles as unidades de atenção especializada. O tratamento, que antes era complexo e repleto de efeitos colaterais, hoje se resume a dois comprimidos diários. Medicações podem ser retiradas de graça na rede municipal de saúde. O principal gargalo no combate ao HIV é a limitação da testagem, pois cerca de 20 a 25% dos diagnósticos ainda são feitos em estágios tardios da doença.


Fonte: jovempan

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