O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à Presidência da República, confirmou nesta sexta-feira, 18, que está mantendo conversas com o União Brasil, nascido da fusão do DEM e do PSL. Ainda sem um representante para a corrida ao Palácio do Planalto, a legenda estuda se coligar com o MDB, com o PSDB e até com o Podemos. A ideia é que cada partido siga com a sua pré-candidatura até o meio do ano, quando uma eleição deve ser realizada para escolher um nome único para a disputa. Segundo Ciro, uma definição sobre uma possível troca de apoio entre PDT e União Brasil só deve acontecer em julho.
Em entrevista à rádio Tiradentes, de Manaus, o pedetista disse que, durante o período de pré-campanha, “estamos todos conversando com todos”. “E nossa imprensa, naturalmente, cumprindo o seu papel, tenta antecipar o que só acontecerá em julho. Por que? Porque todo mundo quer ver mais ou menos, com o mínimo de risco, o que vai acontecer na opinião pública que gradualmente vai se ligando no assunto eleições.” Para Ciro, como o eleitor está muito angustiado com a inflação e com o desemprego, acaba repetindo os nomes das pessoas mais conhecidas. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula aparece na liderança, seguido do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além do União Brasil, Ciro está articulando com o PSD de Gilberto Kassab, que tenta trazer Eduardo Leite como pré-candidato. Segundo Ciro, essas conversas são consequência de uma aliança já firmada nas últimas eleições municipais. “Nós apoiamos o [Alexandre] Kalil (PSD), por exemplo, em Belo Horizonte, e [ACM] Neto (União Brasil) em Salvador, de maneira que esse desdobramento está acontecendo porque eu quero ver se me reúno com todas as ‘não-viúvas’ do Bolsonaro, que a imprensa de São Paulo chama de terceira via. Eu não tenho nada a ver com [Sergio] Moro (Podemos) e com [João] Doria (PSDB), que são as viúvas de Bolsonaro. Eu estou em outra”, alfinetou o pré-candidato. Sergio Moro participou da campanha de Bolsonaro em 2018 e foi escolhido como ministro da Justiça e Segurança Pública. O ex-juiz deixou o governo após acusar o chefe do Executivo de interferir na Polícia Federal. João Doria, por sua vez, se vinculou ao atual presidente na última campanha presidencial e encampou o mote “BolsoDoria”. Com a pandemia do coronavírus, Doria e seu grupo escantearam o ex-aliado.