Proprietários e funcionários de emissoras de rádio estão preocupados com um projeto em discussão no Congresso Nacional. A Nova Lei Geral do Esporte pretende cobrar pela transmissão de partidas esportivas nestes veículos. Hilton Malta, mais conhecido como Sombra, coordenador artístico da rádio Energia 97 disse que os parlamentares, ao invés de defender os direitos da população, se voltam contra um veículo que leva entretenimento e presta serviço de forma gratuita: “50% da população não tem saneamento básico, então você imagina que boa parte da população acompanha o rádio diariamente”
“É mais fácil a pessoa ter um pequeno rádio dentro de casa do que saneamento básico. Uma vez que você impede essas rádios de transmitir os jogos de futebol, o consumo do produto futebol em termos nacionais diminui na mesma proporção. Eu não sei a quem interessa a elitização do produto futebol, como se já não bastasse estádios com ingressos caríssimos”, argumenta o radialista.
Luís Calmon, diretor artístico da rádio 105 FM, afirma que a medida do Congresso, se for aprovada de maneira definitiva, deve inviabilizar as transmissões esportivas em todo o país: “Não vejo possibilidade alguma do rádio participar nos direitos de transmissão. Isso simplesmente vai afastar o rádio do futebol. Depois da mudança no calendário é mais um desastre para o futebol brasileiro. Imaginar que o rádio vai poder contribuir com a receita dos clubes de futebol é fora do mundo. Temos mais de 5 mil rádios, quantas estarão na Copa do Mundo? Duas ou três. Não vai ter transmissão a rádio não vai pagar direito de transmissão”.
A reportagem da Jovem Pan News foi às ruas consultar os ouvintes sobre suas opiniões a respeito da proposta. O auxiliar de limpeza Ailton José dos Santos afirma que o “radinho” é seu grande companheiro do cotidiano. “Acho meio estranho, a gente que está dentro do ônibus e não tem acesso à televisão é acostumado a ouvir pelo rádio. Então seria uma coisa chata para a gente que é torcedor, paga os ingressos e vai aos estádios”, declarou.
O massoterapeuta Leonardo Pereira de Souza indica que os deputados e senadores deveriam atender à vontade popular: “É errado, acho que tudo tinha que ser colocado em pauta para ver o que as pessoas decidem. E não eles decidirem. As pessoas têm voz para dizer o que é bom e o que não é”. A indignação popular é clara, e o medo é ficar sem as transmissões gratuitas que são disponibilizadas a todos, indistintamente, por meio das rádios.