O Estado de Pernambuco terá uma nova governadora pelos próximos quatro anos: Raquel Teixeira Lyra Lucena (PSDB). Assim como no primeiro turno, neste domingo, 30, a política tucana foi a candidata mais votada para o cargo de chefe do Executivo pernambucano e foi eleita com 58,87% dos votos válidos. Sua adversária, Marília Arraes (Solidariedade), contabilizou 41,13% da preferência do eleitorado, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ascensão de Arraes nos últimos levantamentos não foi suficiente para produzir uma virada nas urnas eletrônicas e o resultado da tucana confirma o favoritismo demonstrado nas pesquisas, que apontavam vitória de Lyra por 54% contra 46% neste segundo turno, de acordo com pesquisa Ipec (antigo Ibope) divulgada no último dia 11 de outubro. Desde o início do mês, Raquel precisou superar a morte de seu marido, o empresário Fernando Lucena, vítima de um mal súbito no dia em que foi divulgado o nome das duas candidatas que disputariam o cargo de governadora.
A campanha de Lyra para vencer as eleições estaduais foi de enfrentamento às provocações de Arraes – candidata apoiada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) -, que a cobrava para expor seu posicionamento referente às eleições presidenciais. Raquel, em diversas oportunidades, pontuou sua neutralidade e independência sobre o assunto. “Não tente dividir Pernambuco, nós vamos unir. Eu não vou declarar apoio a presidente da República. Eu não estou aqui para construir muros, eu estou aqui para construir pontes. Vou debater não só os problemas, mas, sobretudo, falar sobre soluções para o nosso Estado”, declarou a pernambucana em suas redes sociais no último dia 12 de outubro. No debate realizado pela Rádio Jornal, Lyra foi provocada por Arraes após uma tentativa de associá-la ao ex-presidente Michel Temer (MDB) e ao atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL). “Neutro, só sabão de bebê”, atiçou a candidata de esquerda. Seu partido, o PSDB, liberou seus diretórios estaduais para a disputa do Executivo federal.
Filha de João Lyra Neto, Raquel seguiu os passos de seu pai, que também comandou a prefeitura de Caruaru e o governo de Pernambuco. Aos 43 anos, a tucana formada em direito pela Universidade Federal de Pernambuco e com pós-graduação em direito econômico também acumula passagens pela Assembleia Legislativa como deputada estadual, cargo que exerceu em dois mandatos consecutivos entre 2011 e 2017. Em ambas as eleições, encontrou-se entre as mulheres mais bem votadas do Estado. Lyra assumiu ainda a Secretaria da Criança e da Juventude no segundo mandato de Eduardo Campos como governador. Antes de entrar para a vida pública, Raquel assumiu o cargo de delegada da Polícia Federal em 2002 e, em 2005, ingressou na Procuradoria Geral do Estado (PGE) e lá permaneceu até 2007, quando se tornou chefe da Procuradoria de Apoio Jurídico e Legislativo. Entre os anos de 2007 e 2016, esteve filiada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e realizou uma mudança partidária em 2016 após se filiar ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).