Com grandes sucessos no currículo, o veterano ator Pedro Fabrini se aventura no seu primeiro monólogo em “Comédia Paranormal” – espetáculo que estreia neste sábado, 11, no Teatro São Cristóvão, em São Paulo. A peça conta com direção de Jarbas Homem de Mello e o texto é assinado pelo próprio Fabrini. “É o segundo monólogo que escrevo e o primeiro que faço na vida. É bem diferente, então para mim tem sido uma experiência única, porque a responsabilidade dobra, é só você ali tendo que segurar a plateia por mais de uma hora. No começo, deu muito medo porque eu me desdobro em seis personagens no palco totalmente sozinho”, disse o ator em entrevista ao site da Jovem Pan. O espetáculo conta a história de Amadeus Tavendu, um paranormal nada convencional que é filho de uma cigana com um índio e foi criado por um tamanduá bandeira e um lobo guará. Fabrini brincou dizendo que a promessa dessa produção é “trazer seu humor de volta”.
Ao longo do espetáculo, o ator vai se transformando conforme às incorporações do protagonista. A primeira delas acontece em uma tendinha em Francisco Morato, quando Amadeus Tavendu incorpora sua primeira encarnação: uma inocente planta. Abrão Malaquias, um “primo” de terceiro grau da figura bíblica Moisés, e uma acompanhante francesa são outras encarnações do personagem que prometem arrancar gargalhadas do público. “Levamos ao palco situações hilárias que, ao mesmo tempo que te faz rir, também te faz refletir sobre a vida e suas atitudes”, pontuou o artista, que não escondeu sua alegria em estar trabalhando com Jarbas, um dos nomes mais conhecidos do teatro musical brasileiro. “Tem sido um sonho, afinal o Jarbas é hoje um dos mais importantes atores, cantores e diretores do país. O cara canta, dança, representa, é completo. Ele tem vivência de palco, tem bagagem, trabalhou com os maiores nomes da arte no Brasil e nas maiores produções, então ser dirigido por uma pessoa como ele é incrível.”
Jarbas Homem de Mello retribui o elogio a Fabrini e diz que o resultado do espetáculo foi “fantástico”. “O trabalho com o Fabrini foi muito legal, porque, desde a feitura do texto, das primeiras leituras que fizemos, pude contribuir muito, pensando na direção, no espetáculo e na cena. Fomos construindo o texto juntos, a amarração dos personagens juntos. Ficou muito bom. Pedro é um ator brilhante e um autor brilhante também. Ele tem a comédia no sangue, então o resultado ficou fantástico. Foi muito bom fazer esse processo todo com ele”, disse á reportagem da Jovem Pan.
As comédias escritas por Fabrini já estão em cartaz há mais de 15 anos e, entre seus espetáculos, destacam-se títulos como: “Cada Um Tem o Anjo Que Merece”, “I love Neide”, “A Rainha do Rádio” e “1 é Pouco, 2 é Bom, Três é Demais”. Ao longo desses anos, o artista sente que o humor passou, sim, por transformações. “A piada de 15 anos atrás não cabe mais hoje em dia, justamente porque a sociedade, a mentalidade e até mesmo a nossa linguagem mudou”, comentou. “Tem uma galera que já vem dessa realidade de hoje e escreve os textos sem problemas, mas a gente que está a mais tempo no mercado tem que se adaptar.” Na visão do ator, existe certo “mimimi” em alguns pontos, mas ele enfatizou que concorda que muita coisa de fato precisava ser mudada: “Temos que saber dosar e entender. Não sou a favor da piada custe o que custar, mas também não acredito que tudo é ofensivo”.
O período da pandemia de Covid-19 foi muito agressivo para a classe artística, e Fabrini ainda sente o reflexo disso em seus espetáculos. “Acho que a coisa ainda está voltando, mas ter plateia cheia nunca foi uma coisa muito fácil. Muita gente tem uma ideia errada de teatro e acha chato e caro. Tem muito espetáculo bom de qualidade que o cara paga menos que no cinema. Meu espetáculo, por exemplo, tem ingressos a partir de 30 reais e é uma produção primorosa, com grandes profissionais. Acho que estamos em um patamar bem melhor, mas ainda dá para melhorar mais”, resume. Mesmo com os desafios, o amor pela arte faz o artista seguir firme com seus projetos. Antes de entrar em cena em “Comédia Paranormal”, Fabrini se apresenta no mesmo teatro em “Cada Um Tem o Anjo que Merece” – peça que está em cartaz há mais de 10 anos em São Paulo. “A pessoa que tiver coragem e vontade pode me ver duas vezes pagando um único ticket de estacionamento (risos). Estarei lá todos os sábados de fevereiro”, concluiu o artista.
Fonte: jovempan
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