Nesta segunda-feira, 17, os comentaristas Diogo Schelp, Roberto Motta, Marco Antônio Costa e Alfredo Scaff, além do professor Marcelo Suano, do Ibmec, repercutiram no Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o primeiro debate eleitoral do segundo turno, realizado entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite do último domingo, 16, por um pool de veículos de comunicação e televisionado pela rende Bandeirantes. De pronto, o formato do debate – que possibilitou um embate direto entre os candidatos, sem mediação e tendo, cada um deles, 15 minutos para gerirem de maneira independente – foi muito elogiado. “Primeiro, fazer um elogio da forma como foi feita. Colocar os dois frente a frente, da maneira como foi apresentado, foi maravilhoso, porque deixou claro quem está numa posição de maior tranquilidade diante do eleitor, porque está trabalhando com dados, com fatos, e não com narrativas”, disse o professor Suano. O que foi corroborado por Scaff, que também viu vantagens na possibilidades dos candidatos discutirem abertamente suas visões de Brasil, dados e propostas de governo, permitindo que o eleitor tivesse maior poder de julgamento.
“Em 2018, não foi o bolsonarismo que foi eleito, mas um conjunto de forças que se juntaram e identificaram em Jair Bolsonaro a possibilidade de fazer um corte na história e trazer uma nova realidade, rompendo com uma prática que já estava estabelecida, com um aparelhamento do Estado voltado quase exclusivamente para interesses privados e individuais, de lideranças corruptas (…) Aquelas forças que se juntaram em 2018 estão se juntando novamente. Um conjunto de pessoas que queria uma volta da ética na política. Uma ética que foi rompida por aqueles que se diziam os porta-vozes da moralidade no país, mas destruíram o país e os conceitos de ética e moral. A Lava Jato, o fato de Sergio Moro estar ali mostrou que essas forças estão se unindo novamente (…) o que verificamos é que o presidente Bolsonaro conseguiu se sair muito bem. O saldo é totalmente positivo para ele”, avaliou Suano.
Entretanto, em tom mais ponderado, Schelp avaliou que houve uma espécie de empate no debate entre os dois candidatos, tendo Lula se saído melhor no início, e Bolsonaro, no final. “Os apoiadores incondicionais do presidente Jair Bolsonaro, que acham que tudo o que ele diz lindo, vão achar que ele foi o melhor no debate, que tudo o que ele disse estava embasado. Da mesma forma que os apaixonados por Lula vão ver no debate um Lula superior ao Bolsonaro em tudo o que ele respondeu. Obviamente não é bem assim. A gente teve um debate bastante equilibrado, se a gente fizer uma análise fria, sem paixões. O formato favoreceu uma discussão entre os dois que, apesar de dura em muitos momentos, com acusações mútuas, permitiu uma conversa bem mais civilizada do que a que ocorre na propaganda eleitoral e nas redes sociais, em que fake news e baixo nível têm dominado a campanha, inclusive um baixo nível focado em demonização do adversário. A gente não viu essa demonização nesse embate direto entre os dois. Isso foi muito positivo”, pontuou. “A possibilidade que eles têm de administrar o tempo, sem perguntas dos jornalistas, livres para puxar assuntos, nesse sentido, o ex-presidente Lula dominou a primeira parte do debate, porque ele conseguiu pautar os assuntos a serem abordados e explorar a questão da pandemia, que é um calcanhar de Aquiles de Bolsonaro. Foi algo que motivou, durante boa parte do seu mandato, uma rejeição muito grande por parte da população a ele, que viu uma gestão ruim do governo na pandemia. Depois, Bolsonaro se recuperou muito bem, inclusive, um ponto muito positivo do presidente foi que, durante todo o debate, ele conseguiu manter a calma, que é algo que, sempre que ele perdia, em outros debates, era depois muito explorado contra ele. Nesse debate, ele se manteve até mais calmo que Lula. Lula perdeu um pouco as estribeiras quando Bolsonaro disse que ele havia feito discurso sobre o caixão da esposa, a dona Marisa. E, depois, quando falado sobre o petrolão, Bolsonaro soube explorar muito bem. Vejo um empate técnico nesse debate entre os dois, mas, talvez, com uma vantagem de Bolsonaro, justamente por ele estar necessitando conquistar votos”, avaliou Schelp.
Fonte: jovempan
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