Órgão executivo da União Europeia (UE), a Comissão Europeia recomendou nesta sexta-feira, 17, que a Ucrânia ganhe o status de candidata a entrar no bloco, após receber uma “perspectiva europeia”. O anúncio foi feito pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, em uma entrevista coletiva para falar dos resultados de um relatório realizado de forma acelerada após a Ucrânia solicitar formalmente sua adesão à UE. Ela também anunciou que, assim como no caso da Ucrânia, outra interessada em entrar no bloco, a Moldávia, receba primeiro uma “perspectiva europeia” e depois ganhe o status de “candidata” se preencher certas condições. Já em relação à Geórgia, mais um país que declarou interesse na adesão, a Comissão Europeia avaliou que deve permanecer na primeira etapa, por não ter atendido algumas condições, e que a situação seja reavaliada antes de ela ser recomendada como candidata.
Os anúncios da Comissão tiveram caráter simbólico, já que a decisão de considerar um país como candidato e de começar a negociar sua entrada na União cabe, de qualquer forma, aos 27 membros, e por unanimidade. “Os ucranianos estão prontos para morrer pela perspectiva europeia. Queremos que eles vivam com o sonho europeu”, disse Von der Leyen. “Propomos o status de candidato e sabemos que depois temos que trabalhar nas reformas que foram detalhadas”, de modo que “todo o processo de adesão é um processo dinâmico que pode avançar ou retroceder em velocidades diferentes. Depende do país”, acrescentou. Ela também ressaltou que o processo de ampliação da UE é “dinâmico”, e não é alcançado com “prazos ou medidas pré-estabelecidas que não podem ser desfeitas uma vez que tenham sido tomadas”.
A Comissão considera que a Ucrânia demonstrou “claramente” sua “aspiração” e seu “compromisso” de “estar à altura dos valores e padrões europeus”, e que seu caminho em direção à UE já havia sido iniciado antes da guerra. “A Ucrânia merece uma perspectiva europeia. Deve ser acolhida como país candidato, entendendo-se que há um trabalho importante a ser feito. Todo o processo é baseado no mérito. Vai de acordo com as regras e, portanto, o progresso depende inteiramente da Ucrânia”, enfatizou Von der Leyen. Quanto à Moldávia, a política alemã salientou que “ainda há um longo caminho a percorrer”, pois “sua economia e sua administração pública, em particular, exigem grandes melhoras, mas “enquanto os líderes do país mantiverem o rumo, acreditamos que ele tem o potencial para estar à altura das exigências”. Sobre a candidatura da Geórgia, Von der Leyen disse que, apesar de ter o mesmo “potencial” da Ucrânia e da Moldávia, bem como “pontos fortes”, notadamente a orientação de mercado de sua economia e uma indústria forte, o país precisa “se unir politicamente para projetar um caminho claro para a reforma estrutural e a União Europeia”.
*Com informações da EFE.