A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), enfim, se pronunciou sobre os casos de injúria racial cometidos contra brasileiros nesta edição da Copa Libertadores da América. Em comunicado, a entidade que rege o futebol na América do Sul disse que os atos preconceituosos e de violência são “inaceitáveis”. Além disso, o órgão prometeu “aumentar ” e “endurecer” as punições aos responsáveis por tais atos. “A Conmebol se compromete a desenhar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano”, declarou.
O primeiro caso de racismo nesta edição da Libertadores ocorreu na segunda rodada, quando um homem com a camisa do River Plate arremessou uma banana em direção aos torcedores do Fortaleza, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Já na última terça-feira, Na Neo Química Arena, em São Paulo, um fanático pelo Boca Juniors foi flagrado imitando um macaco e chegou a ser detido, mas acabou sendo solto no dia seguinte após o pagamento de fiança. Nas partidas entre Emelec (Equador) x Palmeiras, Estudiantes (Argentina) x Red Bull Bragantino e Universidad Católica (Chile) x Flamengo outros casos semelhantes foram registrados. Para estes crimes, a Conmebol não decretou qualquer punição.
A Conmebol considera ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. Assume e assumirá sempre a sua quota-parte de responsabilidade no combate a todo o tipo de discriminação. O combate a este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da Conmebol, o que se evidencia nas múltiplas campanhas de sensibilização e ações de grande envergadura, bem como na aplicação de sanções a quem incorrer nestas práticas desprezíveis.
-A Conmebol promoverá mudanças na regulamentação para AUMENTAR E ENDURECER as penalidades em casos de racismo. Também se compromete a desenhar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano.
-O futebol é um difusor incomparável de valores positivos e construtivos na sociedade. Nos campos, treinos e competições, os jogadores de futebol aprendem desde cedo a respeitar seus adversários e valorizar suas virtudes, a tolerar os erros dos companheiros e ajudar a corrigi-los, a trabalhar em equipe e em união, a saber que o caminho para vitória É a do trabalho e do sacrifício. A Conmebol intensificará o trabalho contra o racismo e outras formas de discriminação nas categorias de base.
– É preciso ressaltar que o racismo não é um fenômeno que começa e termina no futebol, que, sendo um espetáculo massivo, torna-se mais um campo de ampla visibilidade em que este e outros vícios sociais podem vir à tona. A sensação de anonimato proporcionada pelas arquibancadas esportiva leva os desajustados a desencadear seu comportamento inaceitável. No entanto, isso mudou muito nos últimos anos, pois agora é possível IDENTIFICAR CLARAMENTE OS INFRATORES E PUNÍ-LOS COM A MAIOR GRAVIDADE.
-Esses flagelos não serão superados se não se entender primeiro que eles devem ser atacados em todos os níveis: na educação familiar, nas escolas e faculdades, na mídia, nas organizações civis, no mundo empresarial, através das políticas públicas e certamente também em esportes.
-A Conmebol convida todos os jogadores do futebol sul-americano – clubes, federações, mídia e torcedores – a REDOBRAR ESFORÇOS PARA ERRADICAR O RACISMO e outras formas de violência e discriminação e preservar o que há de mais valioso no nosso esporte: sua mensagem de camaradagem, esportividade e saúde concorrência.