O Conselho Municipal de Saúde aprovou a manutenção do Pronto-Socorro Central (PSC) como unidade de "porta fechada", recebendo apenas pacientes em estado grave encaminhados pelas UPAs, Corpo de Bombeiros e Samu. A necessidade de Bauru ter um serviço de urgência especializado para atender pessoas com quadro de saúde mais delicado, inclusive com demanda de internação hospitalar, já vinha sendo apontada pelo conselho há alguns anos.
Agora, com o arrefecimento da pandemia da Covid-19, tudo leva a crer que o PSC começará a funcionar como um "embrião" de um futuro mini hospital municipal, cuja implantação é um desejo já manifestado pelo atual secretário municipal de Saúde e vice-prefeito, Orlando Costa Dias. Ao JC, aliás, ele informou nesta quarta-feira (3) que, enquanto estiver à frente da pasta, não pretende mais alterar este modelo de atendimento "porta fechada", até que o mini hospital seja viabilizado.
Segundo a coordenadora do Conselho Municipal de Saúde, Graziela de Almeida Prado e Piccino Marafiotti, o fato de o órgão ter referendado, em reunião no dia 27 de outubro, a decisão do Executivo em manter o PSC com "portas fechadas" não impõe o funcionamento da unidade desta maneira de forma definitiva. Porém, a aprovação sinaliza que o modelo adotado tem mostrado bons resultados, podendo originar o mini hospital.
"O PSC, funcionando de 'portas abertas', como uma UPA, não teria condições de assistir bem os pacientes gravíssimos, como aqueles que sofreram politraumas, AVC ou infarto, por exemplo. E, como se sabe, nem sempre estes pacientes conseguem vaga em hospital com rapidez. Então, precisamos de um serviço municipal mais direcionado para atendê-los", avalia.
INTERMEDIÁRIO
Outros exemplos de pessoas que continuam sendo atendidas no PSC, independentemente de encaminhamento pelo Samu ou Bombeiros, são aquelas picadas por animais peçonhentos e as que foram feridas por arma branca ou de fogo. Segundo Rose Lopes, membro do Conselho Municipal de Saúde, a intenção é que o PSC possa funcionar como um serviço intermediário entre os hospitais estaduais e as UPAs, que continuarão recebendo os casos considerados mais leves, como pacientes com gripe, febre, uma fratura simples ou um corte mais superficial.
Para tanto, a expectativa é de que, gradualmente, a prefeitura mantenha no PSC uma equipe mais especializada de profissionais e adquira os equipamentos necessários para o aprimoramento do atendimento prestado. "Estes profissionais ficam voltados em tempo integral aos cuidados com estes pacientes mais graves. Além disso, o serviço de 'porta fechada' evita que pacientes com doenças infecciosas, como tuberculose, fiquem no mesmo local, com risco de contágio para os profissionais e para os pacientes que estão com este quadro de saúde mais delicado".
O PSC se tornou uma unidade de "portas fechadas" no início deste ano, quando a situação da pandemia se agravou na cidade. Na época, o serviço passou a funcionar de forma coordenada com o Posto Avançado Covid-19 (PAC), que foi desativado no final de setembro.
Fonte: jcnet
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