O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o governador da Flórida, Ron DeSantis, são os nomes mais fortes dentro do Partido Republicano para concorrer à presidência do país nas eleições de 2024. O primeiro e segundo lugar nas pesquisas, já foram aliados, Trump até chegou a ser padrinho de DeSantis nas eleições de 2018, porém, agora são rivais declarados, e o empresário chega a atacar mais o seu companheiro de partido do que o atual presidente do país, Joe Biden, do Partido Democrata, que também já anunciou sua candidatura para concorrer a um segundo mandato. Na quarta-feira, 24, por exemplo, além de zombar das falhas no Twitter durante o anúncio de candidatura à presidência do governador da Flórida, ele até o começo da tarde ele tinha realizado seis publicações contra DeSantis contra nenhuma designada para Biden. Ele chamava o governador de desleal. Mas, o que estaria por trás da racha entre os dois candidatos? As hostilidades entre eles começaram muito antes da entrada de DeSantis na campanha. Faz semanas que Trump vem multiplicando as críticas ao seu adversário em suas redes sociais e comícios. DeSantis, por outro lado, tem contra-atacado à sua maneira, de forma mais sutil, destacando o que mais dói para o ex-presidente: sua derrota nas últimas eleições presidenciais para Biden.
“DeSantis precisa desesperadamente de um enxerto de personalidade”, zombou Trump na manhã. Constantemente a TV americana exibe peças publicitárias contra o governador da Flórida. Estima que o valor investido até agora tenha sido de US$ 13 milhões (R$ 65 milhões). Uma dessas campanhas o faz um trocadilho com seu nome, chamando-o de “Ron DeSalesTax”, uma referência ao apoio dado pelo agora pré-candidato a um projeto de reforma tributária quando ele era deputado. As projeções indicam que o governador da Flórida terá um duro embate contra o bilionário nova-iorquino, um homem imune aos escândalos, cujos problemas na Justiça parecem mobilizar ainda mais seus muitos seguidores. Em sua campanha, DeSantis poderá contar com doações generosas – US$ 110 milhões (cerca de R$ 545 milhões) até agora – com as quais espera encurtar a distância e inundar o país com anúncios. Em um vídeo recente do comitê de ação política do governador, um homem cola um adesivo “DeSantis presidente” no capô de um carro, por cima de outro com o slogan “Trump 2016”. O anúncio resume a mensagem que o governador quer transmitir aos eleitores: diante do magnata de 76 anos, o governador da Flórida quer incorporar a nova guarda do Partido Republicano. Trump e DeSantis foram convidados pela organização ‘We the People Convention’ para unirem forças na mesma chapa para 2024, em vez de “se destruírem mutuamente nos próximos 12 meses”, mas, por enquanto, não há sinal de que isso vá acontecer, tendo em vista os ataques quase diários do ex-presidente contra o governador em sua rede social, Truth.
O escritório da campanha de Trump pediu na terça-feira a DeSantis que não participasse das primárias “para o bem do Partido Republicano e da nação”. Mas o governador vai para a campanha de 2024 com o conjunto de leis aprovadas durante seu segundo mandato como governador no currículo, depois de vencer a reeleição no ano passado com números históricos e garantir uma “supermaioria” em ambas as casas do Legislativo do estado. DeSantis promoveu uma agenda ultraconservadora na Flórida, com leis que restringem ainda mais o aborto, proíbem que se fale sobre identidade de gênero e orientação sexual nas escolas e eliminam os programas de diversidade racial nas universidades públicas, bem como prevê a criação de uma regra de migração que está entre as mais rígidas do país. Os outros candidatos declarados na corrida republicana – Nikki Haley, Tim Scott, Asa Hutchinson – mal ultrapassam os 5% nas pesquisas de intenção de voto. Tudo aponta para um duelo entre o governador da Flórida e candidato em ascensão no Partido Republicano – cotado como a aposta contra Trumo – e o homem que o impulsionou, o bilionário nova-iorquino que já esteve na Casa Branca e ainda espalha o trumpismo no país. Pesquisas recentes mostram que nesta batalha quem está levando a melhor é o ex-presidente, pois aparece com quase 30 pontos à frente do seu principal adversário que já esteve na primeira colocação, mas perdeu espaço depois que Trump voltou a ter visibilidade ao se tornar o primeiro presidente dos EUA a ser réu. Segundo uma pesquisa recente da CNN, o ex-presidente tem 53,9% das intenções de voto dentro do Partido Republicano, enquanto DeSantis tem 26%.
*Com informação das agências internacionais
Fonte: jovempan
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