A defesa do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para marcar uma nova data para depor na Polícia Federal (PF). Em documento endereçado ao relator do caso, o ministro do STF Alexandre de Moraes, o advogado Eduardo Kuntz afirmou que durante o depoimento realizado na última quinta-feira, 22, o seu cliente foi “coagido” a permanecer em silêncio pelas autoridades policiais e que o mesmo deseja colaborar com as investigações. Câmara e outros 22 investigados foram intimados para oitivas simultâneas para falar sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Kuntz é responsável pela defesa de um dos outros alvos, o ex-assessor de Bolsonaro Tércio Arnaud Tomaz, e não conseguiu realizar a defesa de ambos no mesmo dia.
“Em razão disso, lamentavelmente, foi coagido — já que a sua intenção é a de colaborar com as investigações e com a correta elucidação dos fatos — a permanecer em silêncio, sem o devido acompanhamento da sua defesa técnica”, iniciou o advogado, que reiterou o pedido de liberdade provisória para o militar. “Aguarda-se, portanto, a imediata definição de nova data para que possa exercer o seu direito de defesa de forma plena, reiterando na data de hoje, junto à douta Relatoria, o seu pedido de liberdade provisória que está pendente de apreciação desde o dia 14.02”, afirma a petição. Em nota, o advogado informou que acionará a Ordem Dos Advogados Do Brasil (OAB) para acompanhar o caso.
A Polícia Federal esclareceu que atendeu ao pedido do investigado para adiar a oitiva em duas horas, e, ainda sim, ele permaneceu sem a presença do advogado. “Ele foi intimado com antecedência regulamentar e apresentou-se no dia e horários definidos (22/2, às 14:30). Todavia, não compareceu acompanhado de advogado. Então, solicitou o adiamento da oitiva para 16:30 e – novamente – apresentou-se sem advogado. Foi facultado a ele prestar depoimento sem assistência advocatícia, o que ele optou por não fazer e decidiu ficar em silêncio. Em seguida, assinou o termo”, afirmou a PF.
Marcelo Câmara está preso desde o dia 8 de fevereiro, quando foi deflagrada a operação Tempus Veritatis, ele responde por auxiliar uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, com objetivo de manter Bolsonaro no poder.
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