A delegação negociadora israelense regressou nesta quarta-feira (28) à capital do Catar, Doha, para iniciar uma nova rodada de negociações que visa “reduzir as lacunas” nas questões pendentes para alcançar uma trégua na Faixa de Gaza. Os informantes, que pediram anonimato, indicaram que a delegação israelense “se reunirá em Doha com representantes de Estados Unidos, Egito e Catar, que continuam seus esforços de mediação entre Israel e (o grupo islâmico palestino) Hamas”. “O objetivo é reduzir as lacunas nas questões pendentes para um acordo de troca” de reféns israelenses detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos nas prisões israelenses, explicaram.
Destacaram também que a equipe negociadora israelense “chegou a Doha com sua formação completa, incluindo os chefes da Mossad e do Shin Bet (serviços de inteligência), bem como o representante do Exército” israelense, em uma alusão velada ao fato que não se trata de uma equipe técnica de trabalho. Esta será a primeira rodada de negociações depois de concluída no último domingo no Cairo, na qual “foi discutida com detalhes sobre (a retirada de Israel do) corredor Filadélfia” entre Gaza e Egito, acrescentaram. Fontes de segurança egípcias explicaram que a última ronda no Cairo falhou devido à recusa de Israel em se retirar daquele corredor — onde se situa a passagem terrestre de Rafah — e do Eixo Netzarim, que divide a Faixa de Gaza ao meio.
Acrescentaram que Israel insistiu que, se retirar suas tropas destes dois corredores, uma força árabe ou internacional deveria ser encarregada de gerir estes pontos estratégicos, algo que tanto o Egito como o Hamas rejeitam completamente. As fontes egípcias destacaram que a chegada hoje da delegação israelense a Doha ocorre após de esta ter “terminado suas consultas em Israel após as conversações do Cairo”, embora não tenham oferecido detalhes sobre a nova rodada ou se houve algum avanço.
Outras fontes egípcias destacaram que o Egito comunicou a Israel que só aceitará a saída total de Israel de Filadélfia como solução para alcançar uma trégua em Gaza, embora aceite que isso seja feito em duas fases, dependendo do cumprimento da troca de reféns e prisioneiros entre Israel e Hamas. Desde o início do conflito em outubro de 2023, Cairo tem insistido que Israel não pode manter uma presença militar na sua fronteira com Gaza, pois isso apenas geraria instabilidade dentro de suas fronteiras e poderia até levar a uma violação dos acordos de Camp David (1978) que trouxe a paz entre os dois países.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: jovempan
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