O vice-presidente do MDB, o senador por Rondônia Confúcio Moura concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para falar sobre as expectativas em relação à convenção partidária que deverá oficializar a candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República, marcada para esta quarta-feira, 27. A convenção está ameaçada por uma disputa interna liderada pelo senador Renan Calheiros e outros nomes da sigla, que defendem uma aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno das eleições. Segundo Moura, a assessoria do partido garante que convenção irá ocorrer. Para ele, é desrespeitoso que parlamentares da sigla não apoiem Tebet neste momento. “A maior preocupação dos Lulistas do MDB é canalizar a energia da Simone para o Lula, para que ele pudesse, com apoio de um e de outro, chegar a ganhar no primeiro turno. Mas eu não abro mão. Particularmente, sou um emedebista raiz, eu sempre votei nos nossos candidatos, 1%, 2%, 4%, não interessa. O que interessa é essa disciplina partidária que precisamos criar no país de respeito às nossas candidaturas e propostas. Isso eu acho fundamental. E, no Brasil, não se vê isso, com trinta e tantos partidos e coligações em um casuísmo muito grande, um oportunismo muito grande. Eu acho isso desrespeitoso. A sigla tem 65 anos. Então, para mim, é desrespeitoso não apoiar a Simone neste momento“, afirmou.
“Vai ter sim, a convenção. A assessoria jurídica experimentada do partido garante a legalidade da convenção. Não há nenhum motivo de suspeição. A inovação dela é que será em caráter virtual. Mas essa convenção já foi feita de forma virtual em vários Estados da federação neste ano, e tudo ocorreu muito bem, sem nenhum problema. É uma inovação econômica importante, evita gastos com deslocamentos, hotéis”, completou o senador.
Questionado sobre a divisão interna do MDB, entre aqueles que desejam seguir em frente com a candidatura de Tebet e os que preferem apoiar Lula, Moura afirmou que nove a dez Estados apoiam Lula, principalmente os Estados do Nordeste brasileiro. “Eu creio que deve estar em torno de nove a dez Estados, principalmente os Estados do Nordeste, estão todos eles fechados, os nossos diretórios, com a candidatura de Lula. E a gente respeita porque o Nordeste tradicionalmente tem votado no PT e, este ano, todas as pesquisas mostram que grande parte dos nossos deputados e senadores da eleição passada foram eleitos apoiando Lula, tendo em vista seu alto desempenho no Nordeste brasileiro. Então, estamos em torno de 18% a 19% favorável à Simone Tebet e o restante ao candidato Lula.
Já sobre a dificuldade de crescimento da “terceira via” nas pesquisas de intenção de votos, o senador afirmou que as eleições estão caracterizadas como um desafio muito grande para todos os candidatos que estão de fora da polarização política Lula-Bolsonaro. “Esse é um desafio muito grande para todos os candidatos fora a dupla polarizada, mais ou menos, entre aspas, esse atrevimento de se colocar como candidato. A Simone é um quadro excelente. É o melhor quadro que nós temos hoje no MBD para apresentar ao país, é uma parlamentar experiente, muito experimentada. É um orgulho para todos nós ter a Simone como candidata à Presidência da República, e ela deve persistir, deve manter a candidatura, sim, tentar furar esse bloqueio polarizado, isso é importante. Ela é pouco conhecida no Brasil, é mais regionalizada no Estado dela. E dentro do ambiente do Senado ela é extremamente respeitada e conhecida. Mas no Brasil popular, o povo, fora do Mato Grosso do Sul, ela é pouco conhecida. Então é uma grande dificuldade, de ter essa preocupação de se tornar conhecida e levar uma mensagem bonita para a população brasileira, especialmente as mulheres brasileiras. A gente espera que ela cresça bastante. Ela ajudará muito o partido. E também nós não descartamos a possibilidade de um crescimento da campanha”, apostou. Sobre a polarização, Moura afirmou ver Lula como “consagrado” em inúmeras disputas eleitorais: “Já está na cabeça da população”. E sobre Bolsonaro, disse enxergá-lo como “coerente” em suas propostas duras: “A população adormecida, sem um líder, ele canalizou para ele”.
Fonte: jovempan
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