Hoje, os eleitores dos Estados Unidos se dirigem às urnas para decidir entre Kamala Harris e Donald Trump na corrida presidencial. A disputa está acirrada, com a imigração emergindo como um dos temas centrais do debate. Com cerca de 15% da população americana composta por imigrantes, ambos os candidatos buscam conquistar esse grupo significativo. A imigração, um tema que historicamente divide democratas e republicanos, promete ser um desafio crucial para o próximo ocupante da Casa Branca. Em 2012, apenas 2,1% dos entrevistados pela YouGov consideravam este o principal problema do país, mas o número subiu para 14,6% em 2023, refletindo a crescente preocupação dos eleitores.
Fabiana Guerra, advogada especializada em mobilidade global, destaca que as guerras recentes aumentaram o número de imigrantes ilegais, impactando áreas críticas como segurança de fronteiras e mercado de trabalho. Em 2023, sob o governo de Joe Biden, 302 mil pessoas tentaram entrar ilegalmente nos Estados Unidos, um número quatro vezes maior que em 2021. Donald Trump, candidato republicano, promete fechar a fronteira e realizar deportações em massa, enquanto Kamala Harris, candidata democrata, defende leis mais flexíveis para imigrantes que buscam asilo. Jorge Botrel, consultor em expatriação, acredita que a eleição será uma das mais apertadas das últimas décadas, com Trump ganhando força nos “swing states” (estados pêndulos, que não são tradicionais redutos republicano ou democrata).
A imigração continua a ser um fator importante para a economia americana, com quase 48 milhões de imigrantes vivendo nos Estados Unidos em 2023. Destes, 23% estão no país ilegalmente. O voto de americanos de descendência latina, que representam 15% dos eleitores, pode ser decisivo. Cerca de 10 milhões de imigrantes naturalizados têm direito a voto, refletindo um impacto significativo no apoio aos candidatos. O professor de relações internacionais Marcos Vinícius de Freitas observa que a eleição é complicada, com Trump mantendo sua base republicana unida, enquanto Harris representa uma continuação do governo Biden.
A rejeição a Trump é alta, mas a eleição chega com o país dividido, com a figura do ex-presidente sendo o elemento definidor. A decisão dos eleitores hoje não apenas determinará o próximo presidente, mas também definirá o rumo das políticas de imigração e a abordagem dos Estados Unidos em relação a um dos temas mais polarizadores da atualidade. Com o país em um momento crítico, a escolha entre Harris e Trump poderá ter implicações duradouras para a nação e para os milhões de imigrantes que chamam os Estados Unidos de lar.
*Com informações de Misael Mainetti
Fonte: jovempan
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