Todos os dias, em média, três crianças e adolescentes morrem por afogamentos no Brasil. Os dados fazem parte de um levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). De acordo com a entidade, que analisou os registros de óbitos entre os anos de 2021 e 2022, o número acende um sinal de alerta, uma vez que esse é possível evitar esse tipo de fatalidade, mas continua a acontecer de forma frequente. No período analisado, foram mais de 2,5 mil vítimas desse tipo de acidente. As crianças pequenas, de um a quatro anos – tempo de vida em que são totalmente dependentes do responsável e de sua proteção – foram as principais vítimas, 943 óbitos. Em seguida, estão os adolescentes de 15 a 19 anos, 860 óbitos. Os dados incluem ainda as faixas etárias de 10 a 14 anos, com 357; de cinco a nove anos, com 291; e, por fim, os menores de um ano, 58.
“Nos primeiros anos de vida, a capacidade da criança de avaliar riscos é praticamente inexistente. Por isso, a casa e outros locais conhecidos devem estar sempre preparados para a proteção passiva, pois a maior parte dos acidentes ocorre justamente nesses ambientes. Piscinas, banheiras, baldes e até mesmo bacias, todos esses locais que acumulam porções de água podem ser extremamente perigosos e ocasionar tragédias”, destaca a Dra. Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento às Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP.
A especialista destaca ainda que as crianças maiores e os adolescentes também precisam da supervisão dos adultos durante a prática de atividades aquáticas, mesmo quando já aprenderam a nadar. “Rios, represas e praias são locais de risco potencial, sobretudo para os jovens, que em busca de adrenalina costumam se aventurar e se colocar em situações de perigo. É preciso que todos tenham em mente que os acidentes são evitáveis, na maioria das vezes com medidas simples. A falta de prevenção e da presença atenta de um adulto a proteger crianças e adolescentes tem levado a perdas irreparáveis”, diz.
Os números analisados pela SBP apontam que, entre 2021 e 2022, São Paulo aparece como o estado com mais registros de mortes, 296. Em segundo lugar está a Bahia, com 225 óbitos. Na sequência, estão Pará, Minas Gerais, Amazonas e Paraná, empatados na quinta colocação. Os acidentes fatais entre o sexo masculino correspondem a 76% dos registros. Em oposição, as meninas totalizam apenas 24% dos óbitos.
De acordo com a Dra. Luci Pfeiffer, dentre as ações preventivas mais eficazes está a proibição da livre entrada de crianças pequenas em cozinhas, banheiros e áreas de serviço. “Devemos instalar portões para controlar o acesso. Isso também vale para as piscinas, sejam de cerâmica ou de plástico, mesmo as pequenas. É preciso impedir que as crianças consigam entrar sem autorização e supervisão direta e próxima”, pontua. Além disso, ela recomenda que as boias de braço e circulares ou ainda brinquedos flutuantes sejam totalmente evitados. A única proteção reconhecida na prevenção dos afogamentos é o uso de colete guarda-vidas, com certificado do Inmetro e reconhecimento pela Marinha Brasileira. “O colete garante que a cabeça ficará para fora da água, em caso de infortúnio”. Outras recomendações da SBP para manter a segurança estão listadas a seguir:
Publicado por Luisa Cardoso
Fonte: jovempan
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