A possibilidade de haver uma candidatura única da chamada “terceira via”, contra Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vem perdendo cada vez mais força. O União Brasil se retirou das negociações e anunciou o deputado federal, e presidente da legenda, Luciano Bivar (União-PE) como candidato da legenda à presidente da República. Para falar sobre a questão, o também deputado Junior Bozzella (União-SP), que defende a candidatura do ex-juiz Sergio Moro para a sigla, concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quarta-feira, 11. Segundo ele, Moro não está fora da jogada presidencial e ainda poderia ser candidato ao Palácio do Planalto, vice ou cabo eleitoral da legenda.
“Acho difícil a gente consensuar essa questão no dia 18 [de maio]. Primeiro que essa eventual terceira via reuniu uma série de dificuldades de nascer. A gente não tem ainda uma terceira via, até porque o eleitorado não identificou esse nome. Se o eleitorado já tivesse definido quem seria a alternativa a Bolsonaro e a Lula, aí, provavelmente, essas discussões nem estariam ocorrendo. A gente tinha uma visão inicial de que o Sergio Moro, figurando entre 8% e 10%, a partir do momento que ele tivesse um partido que alavancasse a sua candidatura, no sentido de estrutura, tempo de televisão, ele teria uma viabilidade maior para alcançar os 13%, 14%, 15% [das intenções de voto] do eleitorado. Porém, a movimentação do Sergio Moro foi feita muito em cima da hora. E agora a gente está digerindo todo esse processo internamente dentro do União Brasil”, opinou o parlamentar.
Sobre a pré-candidatura de Luciano Bivar, Bozzella defendeu o presidente do partido. “A candidatura posta do presidente Bivar é legítima. Bivar tem se organizado e procurado se impor dentro dessa polarização. E a gente tem apostado que, dentro desse universo, em que o União Brasil possui estrutura, ter um ativo político como Sergio Moro, que pode ser um bom cabo eleitoral, se ele não figurar como candidato a presidente e nem como candidato a vice, poderá alavancar a candidatura do presidente Bivar num segundo momento, que eu acho que é a atmosfera correta, ter um ponto de equilíbrio dentro desse processo de polarização do país”, disse.
Questionado sobre a dificuldade de alavancar a candidatura de Bivar, Bozella disse que os demais pré-candidatos e partidos também enfrentam dificuldades, mas que, diferente deles, o União Brasil possui, sozinho, ferramentas para tentar fazer uma candidatura de sangue puro crescer, com recurso e tempo de televisão – devido ao tamanho da sigla, após união dos antigos partidos PSL e DEM. “O fato da gente não poder ficar a reboque das discussões internas dos demais partidos também demonstra uma sensibilidade com o eleitorado, essa fatia dos indecisos que ainda não optaram nem pelo Lula e nem pelo Bolsonaro”, comentou.
“Recurso não é um problema para o partido [União Brasil]. O partido tem condição de fazer uma boa campanha para presidente da República, ajudar os seus palanques nos respectivos Estados onde a gente tem candidato a governador. E eu acho que a gente não vai ter dificuldade, independentemente de ter um candidato a Presidência da República ou não. E nós teremos, esse é o DNA do partido (…) O candidatura à Presidência é importante, mas o recurso que o partido tem, esse dinheiro [também] pode ajudar a eleger uma bancada muito grande de deputados federais. E isso fatalmente irá acontecer. Muito difícil o União Brasil não ser uma das três principais bancadas do Congresso Nacional no ano que vem”, finalizou Bozzella.