28 de Setembro de 2024

Estou com sintoma gripal, o que fazer?


Basta o número de infectados por Covid-19 aumentar para uma dúvida muito comum ao longo da pandemia surgir, especialmente se você está com sintomas gripais: como e quando fazer os exames e testes de detecção da doença? A resposta para o questionamento é respondida pelo infectologista das redes pública e privada de Bauru, Taylor Endrigo Toscano. Ele considera essencial a procura por atendimento tanto de pessoas sintomáticas quanto das que tiveram contato próximo com alguém infectado. Mas, como as unidades públicas de Saúde têm testado apenas pacientes com sintomas, o diagnóstico de assintomáticos dependerá das condições para acesso a meios particulares, como testes de farmácias ou exames laboratoriais.

"É uma falha gigante não termos, nessa altura da pandemia, um sistema público de testagem e triagem efetivo no País", avalia ele. "Mas, se você teve contato com um infectado, o ideal é também fazer o teste. Não precisa ser no primeiro dia, mas entre o quinto e sexto. Em ambos os casos, deve-se optar pelos exames de Antígeno ou o PCR, que são os mais precisos", orienta o infectologista, aconselhando a realização em laboratórios. "O exame sorológico, aquela da gota de sangue na ponta do dedo, não é recomendado, porque ele não dirá se você está com o vírus, apenas se já teve Covid algum dia na vida", esclarece o médico.

PCR

Considerado padrão ouro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o RT-PCR, que é feito por meio de coleta via swab orofaringe e nasal, é o único exame capaz de diagnosticar, em conjunto com a avaliação clínica, a certeza de confirmação da doença. Indicado tanto para sintomáticos quanto para assintomáticos, ele consegue detectar o material genético do vírus, especialmente entre o 1.º e 10.º dia de sintomas. "Após este tempo, o vírus geralmente migra para o pulmão", detalha o médico. O resultado PCR leva cerca de dois dias e, conforme a reportagem apurou, ele custa entre R$ 250,00 e R$ 450,00 na rede particular.

Na rede pública, contudo, o PCR é utilizado apenas para pacientes com quadro mais grave da doença.

ANTÍGENO

Os testes de antígeno, que procuram partículas do Sars-CoV-2, ganharam importância na pandemia por serem mais simples, em geral mais rápidos (com resultados em até uma hora) e também mais baratos.

No município, esse é o tipo de exame utilizado em peso na rede básica e nas UPAs. Com a coleta por meio também de swab nasal, ele é indicado para pacientes com até 7 dias de sintomas ou contactantes com o mesmo período.

Em laboratórios particulares de Bauru, os testes rápidos de Antígeno são feitos por valores entre R$ 110,00 e R$ 135,00.

O resultado, contudo, não deve ser considerado como diagnóstico, aponta Taylor.

"Quando um teste Antígeno dá negativo, o PCR deveria ser feito, mas não é o que ocorre. Isso porque o fato de dar negativo não descarta a infecção. Então, se não houver a possibilidade de fazer o PCR, o certo é a pessoa ser isolada por 10 dias. A cepa ômicron tem mais mutações do que a delta e pode gerar mais facilmente o falso negativo neste tipo de teste", alerta o infectologista.

ASSINTOMÁTICOS

Diferentemente da rede pública, a rede privada, segundo Taylor oferece triagem de contactantes assintomáticos, mas a orientação é de procurar o serviço apenas por meio de consultas marcadas, e não pelos Pronto Atendimentos. Evitando assim, sobrecarga.

"É importante que pessoas da mesma família ou convivência de um paciente com Covid-19, inclusive, permaneçam isoladas também, embora isso não seja previsto. Porque se trata de uma situação coletiva e, mesmo vacinado, é possível contrair. Isso não seria preciso se, a agente como brasileiro, realizasse o uso correto de máscaras, mas o que se vê são as pessoas utilizando máscara de tecido mesmo em ambientes assim, quando o preconizado é a N95 e a PFF2", finaliza Taylor.

Embora o diagnóstico apenas clínico da Covid-19 seja considerado impossível, Taylor Toscano explica que há diferenças perceptíveis entre a Influenza A (H3N2), que tem circulado em peso na cidade, e o novo coronavírus.

"A Influenza apresenta sintomas respiratórios mais intensos e dor no corpo, mas é diferente da fadiga gerada pela dengue e a Covid. A febre também é alta logo no começo dos sintomas, já a febre da Covid-19 aparece entre o quinto ou sexto dia. A coriza é maior e a tosse é mais carregada na Influenza, já a Covid-19 apresenta uma tosse mais seca e irritativa. As pessoas com a Covid têm reclamado mais de dor de garganta e sensação de pigarro também", diferencia Taylor, completando que a perda de olfato e paladar também são sintomas comuns do novo coronavírus.

A população já pode comprar ou conseguir gratuitamente testes de Covid-19 para serem feitos em casa. Pelo menos, nos EUA e na Europa. Enquanto isso, no Brasil, a testagem continua centrada em clínicas, farmácias e serviços públicos.

Esse tipo de teste de Covid não é autorizado no Brasil por causa de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 2015.

Os autotestes caseiros são exames de antígeno. A própria pessoa coleta material e o deposita sobre uma superfície que aponta se está infectada ou não.

Segundo a agência, instrumentos de diagnóstico desse tipo envolvem riscos que precisam ser mitigados. A entidade afirma que é necessário levar em conta "o impacto relacionado a possíveis erros de execução de ensaios, que além de reverberar na qualidade de vida dos usuários, podem afetar os programas de saúde pública".

No Reino Unido, o governo disponibiliza gratuitamente autotestes, manual de utilização e indica as situações adequadas para o uso, como em dias em que a pessoa estará em contextos de alto de risco de transmissão.

Os testes em casa também devem começar a ser usados como instrumento de saúde pública na Dinamarca. 

Em nota, a Anvisa fala que a competência é do Ministério da Saúde. Já o ministério diz que distribui aos estados os testes já aprovados e registrados pela Anvisa.



Fonte: JC Net

Fonte: jcnet

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