23 de Novembro de 2024

Ex-ginasta Lais Souza diz que sofreu abusos de cuidadores após ficar tetraplégica: ‘Medo de me matarem’ 


Reprodução/YouTube/Rodrigo Mussi

A ex-ginasta Lais Souza revelou nesta semana que já sofreu abusos sexuais de cuidadores. Tetraplégica desde 2014, quando lesionou a coluna cervical num acidente na Rússia, a ex-esportista contou que também já foi furtada por alguns profissionais. “O que eu tive de aprender a ler a pessoa, ver a atitude, perguntar de uma forma para pegar no pulo, mas, na maioria das vezes, é impossível. Eu já fui abusada de criança, com quatro anos. Depois do meu acidente, foi quando fiquei vulnerável. Foram abusos inesperados. Eu estava deitada, dormindo… Simplesmente sem ver o que estava ocorrendo. Não tenho sensibilidade em 100% do corpo, e a pessoa aproveita daquilo. Se eu deitar de barriga (para baixo), não sei o que está acontecendo e tenho muitos procedimentos que preciso fazer nessa posição”, disse Lais, em conversa com o ex-BBB Rodrigo Mussi.

A vida de Lais mudou no começo de 2014. Depois de uma carreira na ginástica artística, a atleta decidiu tentar uma nova modalidade. Em 2013, a então ginasta rumou para o esqui e durante a preparação para a Olimpíada de Inverno de Sochi-2014, na Rússia, sofreu um acidente ao se chocar com uma árvore em um treino e teve uma torção na coluna cervical. Durante o processo de recuperação, a campeã dos Jogos Pan-Americanos afirmou que já contratou vários cuidadores. “De cada dez, quatro não são legais”, declarou Lais, que também abriu o jogo sobre o impacto mental dos abusos. “Minha confiança é bem abalada. Para eu confiar em alguém, preciso conviver. Quando vai entrar um cuidador, eu explico tudo como quero, deixo tudo no lugar certo para que ele não precise dar nem um passo para lá e tudo fique no meu controle. Hoje ‘confio’ (nos atuais cuidadores), mas eu desconfiaria até da minha própria família”, afirmou.

Segundo Lais Souza, a maioria dos abusos aconteciam enquanto ela dormia. “Mas a maioria foi quando estava quase dormindo. Já aconteceu com homem, mulher, homem gay e mulher gay. Quem já passou por isso sabe que quem tem de ouvir é o homem hétero, mas também a população em geral. Nosso corpo é nosso corpo e não tem de ser invadido”, declarou a esportista, admitindo o medo de abrir o jogo sobre as denúncias. “Simplesmente denunciei. Alguns me deram medo, confesso. Medo de a pessoa vir atrás de mim e me matar. Só medo mesmo (não teve ameaça). Não (houve) só abusos, como pequenos furtos dentro da minha casa. Um moleque já me chacoalhou, e eu estava na Disney com ele. Ele estava cuidando de mim lá e me chacoalhou.”

ROTINA NAS REDES SOCIAIS

Após o acidente, Lais se tornou símbolo de superação. Mostrando sua rotina de recuperação através da mídia e depois pelas redes sociais, a ex-ginasta buscou deixar claro que era possível, mesmo que com passos pequenos, se adaptar à nova vida. “Hoje eu tenho que manter. Tenho que continuar fazendo os exercícios porque, se eu piorar, eu volto para a máquina de respirador. Eu percebi que esses momentos que eu caía e ficava perguntando para Deus porque eu não tive nenhum movimento começou a atrapalhar. Me atrapalhou muitas vezes”, explicou a ex-ginasta.


Fonte: jovempan

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