O Festival de Cannes começa nesta terça-feira (14) com a entrega de uma Palma de Ouro honorária à atriz norte-americana Meryl Streep e um desfile de estrelas dentro e fora da competição. No total, 22 longas disputam a Palma de Ouro de melhor filme neste ano. Aos 85 anos, o cineasta norte-americano Francis Ford Coppola (“O Poderoso Chefão”) chega a Cannes como candidato favorito à Palma de Ouro com “Megalopolis”. Ele venceu a premiação com “Apocalypse Now” (1979) e “A Conversação” (1974).
Protagonizado pelo ator Adam Driver, “Megalopolis” narra a saga de um arquiteto sonhador e ambicioso, que deseja reconstruir uma cidade. Para bancar as filmagens, com um orçamento de cerca de US$ 120 milhões (R$ 617 milhões), Coppola teve que vender parte de suas propriedades.
Outro nome da mesma geração de cineastas, conhecida como “Nova Hollywood”, que está na competição é Paul Schrader, que fez sucesso com “Gigolô Americano” e exibe em Cannes “Oh, Canada”, com Richard Gere mais uma vez no papel principal. Na disputa pela Palma de Ouro, também estão “Kinds of Kindness”, do grego Yorgos Lanthimos, novamente com a vencedora do Oscar 2024 Emma Stone, e “The Shrouds”, do canadense David Cronenberg, outro frequentador assíduo do festival.
A premiação tem, ainda, apostas ousadas, como a francesa Agathe Riedinger, que chega com seu primeiro longa “Diamant Brut”, e o francês Jacques Audiard com “Emilia Pérez”. Categorizado entre thriller e musical, o filme sobre um chefe do tráfico de drogas mexicano que quer mudar de sexo tem Selena Gomez e Zoe Saldaña no elenco.
O brasileiro Karim Ainouz, único latino-americano na competição, apresentará “Motel Destino”, uma história de amor e desejo no nordeste do Brasil. Com o ator Fábio Assunção, o thriller erótico do cineasta cearense que vive em Berlim conta a história de uma mulher em um relacionamento abusivo com um ex-policial, dono de um motel, que se envolve num triângulo amoroso.
O Brasil será representado também por Marcelo Caetano com “Baby” e a dupla Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha com o documentário “A Queda do Céu” sobre o povo Yanomami da Amazônia. O veterano diretor Oliver Stone estreará, por sua vez, um documentário sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde sua prisão entre 2018 e 2019 e seu retorno ao poder.
Dos 22 filmes que disputam a Palma de Ouro, quatro são dirigidos por mulheres, incluindo a britânica Andrea Arnold com “Bird”, em sua quarta vez na premiação, Coralie Fargeat com “The Substance”, Payal Kapadia com “All We Imagine As Light”, além de Agathe Riedinger. No ano passado foram sete as cineastas na competição.
Às vésperas do evento, a organização teme manifestações do movimento #MeToo diante dos rumores de possíveis acusações de violência sexual contra figuras conhecidas presentes no evento. A atriz Judith Godrèche, eleita a voz do movimento na França depois de denunciar os diretores Benoît Jacquot e Jacques Doillon por estupro, apresentará um curta-metragem com depoimentos de vítimas de abuso.
Também é possível que a 77ª edição seja afetada por uma greve convocada por uma pequena associação de trabalhadores, “Sob as telas, a miséria”, que deve protestar contra suas condições de trabalho.
Entre os destaques fora da competição está outro membro da “Nova Hollywood”, George Miller, pai de “Mad Max”. O diretor apresenta “Furiosa” fora de competição, mais um capítulo da saga, com a atriz Anya Taylor-Joy.
Já o criador da saga “Star Wars”, George Lucas será homenageado com uma Palma de Ouro honorária, como Meryl Streep, no encerramento do festival, no dia 25 de maio, mesma data em que o júri, presidido por Greta Gerwig, diretora de “Barbie”, vai anunciar o sucessor de “Anatomia de uma Queda”, da francesa Justine Triet, vencedor de 2023.
*Com informações da AFP
Fonte: jovempan
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