22 de Novembro de 2024

Gabigol, Arrascaeta e companhia vão em busca de Mundial para superar Era Zico de vez


Gilvan de Souza/Flamengo - 19/10/2022

Zico é o maior jogador da história do Flamengo e isso, por enquanto, não se discute. Mas os títulos conquistados pelo atual esquadrão rubro-negro já colocam Gabigol, Arrascaeta, Everton Ribeiro e companhia, no mínimo, sentados na mesma mesa do Galinho de Quintino. Nos números, a equipe de 2019 (ano em que o Fla começou sua era vencedora) já supera a inesquecível equipe dos anos 1980. Desde que Jorge Jesus formou o chamado “Mengão Malvadão”, o clube carioca já conquistou 11 títulos, dois a mais do que na Era Zico. O ano mágico foi 2019, ano em que o Flamengo conquistou Campeonato Carioca, Brasileiro e Libertadores. Após anos e anos de gestões irresponsáveis, o clube carioca iniciou sua recuperação em 2013, com o presidente Eduardo Bandeira de Mello focado na diminuição da dívida. Os primeiros anos exigiram paciência, a despeito do título da Copa do Brasil de 2013, mas a torcida colheu os frutos mais tarde. Teve que aguentar piadas sobre “cheirinho”, advindas do Brasileirão 2016, quando muitos rubro-negros alardearam o “cheirinho de título” — no final, o caneco ficou com o Palmeiras. Mas em 2019, sob a batuta do português Jorge Jesus, o Fla não deu chance às zombarias adversárias e terminou ano com três títulos (Carioca, Brasileiro e Libertadores), jogando um futebol encantador.

O alto padrão apresentado pelo time de 2019 virou espelho para o futebol brasileiro e acabou refletindo no próprio Flamengo. O espanhol Domènec Torrent substituiu Jorge Jesus quando o português foi seduzido por uma proposta do Benfica, mas sucumbiu após quatro meses de cobrança rígida. Rogério Ceni deixou o Fortaleza para assumir o time carioca. Levou o Mengão ao bicampeonato brasileiro, mas não foi suficiente para conquistar uma exigente torcida, acostumada a deixar seus adversários de joelho. Renato Gaúcho foi bem recebido em 2021 devido ao histórico como jogador rubro-negro. Seu começo foi animador, tanto que o ex-atacante virou subitamente o nome mais indicado para substituir Tite na seleção brasileira. Mas o futebol do Fla caiu gradativamente, e a passagem de Renato foi encerrada após a derrota para um bem treinado Palmeiras na decisão da Libertadores.

Com a derrota para o Verdão de Abel Ferreira, a diretoria constatou que era hora de voltar a dar sotaque português à comissão técnica. Jorge Jesus recebeu convite para voltar, mas recusou, mesmo em crise no Benfica — ele foi demitido meses depois. Quem topou o desafio foi Paulo Sousa, que largou a seleção polonesa para tentar o sucesso no Brasil. O elenco flamenguista, no entanto, jamais comprou as ideias de Sousa, e os maus resultados abreviaram sua passagem pelo Rio de Janeiro. O técnico dirigiu o Mengão por apenas seis meses, somando 32 jogos, 19 vitórias, sete empates e seis derrotas.

Um desacreditado Dorival Júnior substituiu Paulo Sousa. Mas quem torcia o nariz para o técnico brasileiro rapidamente se rendeu à medida que os resultados aparaceram. O Brasileiro não veio, mas, em compensação, a equipe de Gabigol e Arrascaeta conquistou um dos títulos que faltava a essa geração: a Copa do Brasil. Após dois empates com o Corinthians, o Mengão fez a festa com uma vitória nos pênaltis, com Rodinei convertendo a cobrança derradeira. Agora, com o tri da Libertadores, o Mengão quer o mundo de novo, repetindo dezembro de 1981. O Mundial de Clubes de 2022 está marcado para fevereiro e ainda não tem sede definida. O Real Madrid, campeão da Liga dos Campeões da Europa, deve ser o principal adversário do Fla na competição.


Fonte: jovempan

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