O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou, na manhã desta terça-feira, 6, que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do 8 de Janeiro “precisa fazer autópsia e enterrar” o caso. A declaração foi feita durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. O parlamentar reforçou que o propósito da oposição é ir afundo nas investigações. “A CPMI tem que ser técnica. Queremos entender o que realmente aconteceu. Não podemos deixar um defunto na sala, porque é isso que está acontecendo. Precisa fazer autópsia e enterrar. Os atos do dia 8 estão muito estranhos, uma guerra de narrativa. O governo Lula não queria de jeito nenhum. Espero que a gente possa avançar de forma técnica”, comentou. Na semana passada, a relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que nesta terça apresentaria um plano de trabalho. Inclusive, ela falou que a CPMI pediu a quebra de sigilo do relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que supostamente foi adulterado pelo ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o general Gonçalves Dias. Girão destacou que o documento será essencial para esclarecer os atos do 8 de Janeiro e criticou a proximidade da relatora com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. “Mesmo que possamos ter o relatório, que é um pouco contaminado, já que a senadora Eliziane Gama é muito ligada politicamente e historicamente ao Flávio Dino, nós vamos construir todo uma cronologia do que aconteceu que vai ficar claro para todo mundo”, frisou o senador durante entrevista.
Girão também disse que o governo sabia que os manifestantes atacariam com armas a Praça dos Três Poderes, em Brasília. “A Abin disse dois dias antes que o objetivo dos atos do dia 8 seriam para destruir o patrimônio público, inclusive com arma de fogo. Além da ação de vândalos e de depredadores, que precisamos entender se existe financiadores, temos que identificar quem também errou por omissão. No Brasil é um crime. O governo Lula precisa estar mais aberto para que a gente possa saber porque, por exemplo, a guarda presidencial estava desmobilizada se tinham a informação de que o objetivo era quebrar tudo. Assim também como a força de segurança nacional, que foi acionada, mas ninguém sabe onde estava”, completou.
Fonte: jovempan
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