Um grupo cada vez maior de famílias vem se reunindo aos domingos para uma prática que foi febre nos anos 70 e 80, mas que perdeu força a partir do final da década seguinte: a descida de ruas com carrinho de rolimã. Feitos de madeira, com rodinhas de metal ou borracha, alavancas de direção para os pés, sendo alguns com almofada no assento e outros na tábua mesmo, esses veículos estão garantindo adrenalina à criançada de uma geração conhecida por ser fissurada em tecnologia. Com elas, pais de Bauru e Piratininga aproveitam para resgatar o 'gostinho da infância'.
Nos últimos finais de semana, por exemplo, integrantes de mais de 30 famílias deslizaram por vias de Piratininga, após marcarem presença em um ponto de encontro, situado no loteamento Barcelona, ao lado do Residencial Primavera.
Segundo Marivaldo Campos Brito, 60 anos, um dos apaixonados por carrinhos de rolimã desde a infância, ele e colegas criaram o grupo "Amigos do Rolimã", com o objetivo de resgatar a prática.
"É um projeto que começou em junho do ano passado com a vontade que eu tinha de andar novamente de carrinho de rolimã. Aí, um amigo, o João Finotti, soube e decidiu fazer um carrinho também e começou a andar com a gente. Inicialmente, andávamos na Nações Norte, mas acabou não dando certo brincar por ali, mesmo aos domingos, por falta de segurança. E, em Bauru, é difícil encontrar locais próprios para isso. Então, um outro amigo sugeriu irmos para Piratininga, que é aqui do lado. E estamos frequentando sempre aos domingos", comenta.
Ainda de acordo com ele, conseguir agregar muitas famílias em torno desse resgate do carrinho de rolimã foi uma grata surpresa. "A retomada dessa prática despertou afetividades entre famílias que já haviam perdido isso. Tirar a molecada da TV, do videogame e do celular também é importante. Estamos construindo momentos de pais e filhos com uma brincadeira da cultura do brasileiro", acrescenta Marivaldo.
INTERAÇÃO
Um dos recentes integrantes deste grupo, Zaqueu Rodrigues, 50 anos, profissional da construção civil e morador do Parque Jaraguá, em Bauru, conta que a prática tem mudado positivamente o comportamento do filho Lucas, de 10 anos, que tem deficiência intelectual e faz acompanhamento na Sorri-Bauru.
"Estou indo todos os domingos com o Lucas e a minha esposa Jucélia. Estamos aproveitando a infância do meu filho para proporcionar duas coisas: interação dele com outras pessoas e momentos que eu não tive quando era pequeno, por ter morado em fazenda. Já percebemos que tem melhorado muito o comportamento dele entre outras pessoas, inclusive na escola. Antes do rolimã, o Lucas não gostava de se enturmar, mas, agora, parece outra pessoa", comenta Zaqueu, na expectativa do grupo crescer com mais praticantes.
Interessados em participar do "Amigos do Rolimã" e construir o seu próprio veículo podem entrar em contato com o Marivaldo Brito, por meio do WhatsApp (14) 99795-4168.
Fonte: jcnet
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