A afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que o governo avalia conceder aumento a todos os servidores públicos se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios for aprovada pegou a articulação política e a equipe econômica de surpresa e é mais um elemento do imbróglio envolvendo a tramitação da proposta, que adia o pagamento de dívidas da União reconhecidas pela Justiça, altera a regra do teto de gastos e abre espaço fiscal para a viabilização do Auxílio Brasil, a aposta do Palácio do Planalto para reverter a queda de popularidade do mandatário do país.
Na terça-feira, 16, o relator da PEC no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo na Casa, disse que Bolsonaro teria que escolher entre o reajuste ao funcionalismo público ou o pagamento do Auxílio Brasil. Nesta quarta-feira, 17, o emedebista ressaltou que o esforço para a aprovação da proposta “não é para atender reajuste de servidores, e sim os mais pobres do Brasil”. Bezerra espera votar a matéria no plenário da Casa no dia 30 de novembro – antes disso, na quarta-feira, 24, o texto será analisado e votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Também nesta quarta, o secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou, em coletiva de imprensa, que reajustar o salário de servidores públicos implicaria em realizar cortes em outras áreas. “Temos que ser muito honestos: onde eu devo gastar esse espaço fiscal? Desonerando a folha de pagamento? Ou será que devo usar esse espaço melhorando programas sociais nesse momento tão delicado que o nosso país vive na pandemia? Ou será que nós devemos pegar esse espaço fiscal e usar para dar reajuste de salário para uma categoria que não perdeu emprego nem renda durante a pandemia?”, questionou. “Para dar aumento para funcionário público, eu vou deixar de usar esse dinheiro para outra coisa. É uma escolha que tem que ser feita”, acrescentou. Questionado pela Jovem Pan sobre o montante que seria necessário para garantir o aumento do funcionalismo, o Ministério da Economia afirmou que não irá comentar. A pasta também não respondeu se trabalha com um plano B, caso a PEC seja rejeitada pelos senadores.
Fonte: jovempan
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