No próximo dia 27, uma ação voluntária pretende fazer a diferença na conservação do Rio Batalha. Um grupo de ativistas e apoiadores da causa ambiental promoverá um plantio de 600 mudas de árvores nativas em uma área de nascente do manancial, em uma propriedade particular, em Agudos (a 13 quilômetros de Bauru). Para realizar o trabalho, eles convocam a comunidade para colaborar com a causa e ajudar na recuperação do principal afluente que abastece Bauru.
A atividade ocorrerá na sequência de dias difíceis, decorrentes de uma das mais graves crises hídricas enfrentada pelo município que, neste sábado (20), graças as últimas chuvas, suspendeu o rodízio (leia nesta página). Enquanto ele esteve vigente, cerca de 35% dos moradores da cidade enfrentaram dificuldades no abastecimento de água. Neste contexto, o desmatamento das áreas de preservação é apontado como um dos grandes problemas da bacia do Rio Batalha.
De acordo com Márcio Teixeira, um dos organizadores, pelo menos 120 pessoas já confirmaram presença, mas eles pretendem chegar a 200 participantes, pelo menos. "Nós queremos mobilizar a população pela vida do Batalha e pela retomada de ações de proteção do rio", afirma.
"Nós queremos tirar o Batalha desse estado em que está hoje, precisamos melhorá-lo, é um benefício para nós mesmos. Também temos visto a necessidade do trabalho voluntário, por isso um dos objetivos é fazer um movimento de conscientização ambiental", aponta Eduardo de Oliveira, também voluntário da ação.
A concentração será às 7h, no Parque Vitória Régia, em Bauru. Os participantes seguem em carreata até a propriedade. O grupo orienta os voluntários a levarem alguns itens básicos como água, alimentos e ferramentas (veja mais nesta página).
PÓS-PLANTIO
Ainda segundo Teixeira, a ação não se encerra com o plantio. "Vamos dar manutenção para as mudas, acompanhá-las. É necessário fazer a limpeza do berço, injetar fertilizante e controlar as pragas", aponta.
O movimento conta com apoio da Associação de Recuperação Florestal e Ecológica da Região de Bauru (Aciflora), que doou as mudas, e também do Fórum Pró-Batalha. O plantio em Agudos marca a primeira ação da nova diretoria do Fórum. "Estamos retomando os trabalhos. Para recuperar a bacia do Batalha é necessário replantar pelo menos 400 hectares nas áreas de preservação. Estamos atrás de recursos para fazer esse trabalho. Se fizermos isso, resolvemos o problema no que tange o reflorestamento, mas é preciso mais", explica Gabriel Guimarães Motta, administrador provisório do Fórum (leia mais abaixo).
O reflorestamento das áreas de preservação permanente da bacia do Rio Batalha é apenas uma das ações necessárias. De acordo com Gabriel Guimarães Motta, administrador provisório do Fórum Pró-Batalha, é preciso desassorear o rio e também adequar as estradas rurais para carrearem menos sedimentos para o leito do manancial. "Tudo isso é o manejo da Bacia do Batalha. É dar uma estrutura para que ela fique resiliente, venha chuva e não arraste sedimentos e a água da chuva infiltre o suficiente no solo, para abastecer o rio com maior volume", avalia.
Devido às chuvas dos últimos dias, o Departamento de Água e Esgoto (DAE) suspendeu, temporariamente, o rodízio no abastecimento de água, a partir deste sábado (20). Com o nível da lagoa de captação do Rio Batalha em 3,20 metros desde a noite desta sexta-feira (19), altura considerada ideal para o abastecimento, a autarquia aumentou a vazão de captação e o nível da lagoa se manteve, permitindo o fornecimento de água para toda a cidade, informa a assessoria de imprensa a autarquia.
O DAE, no entanto, ressalta a importância do uso racional de água por parte da população, pois a crise hídrica ainda não foi superada, destaca texto enviado à imprensa. Por conta deste cenário, 35% dos bauruenses abastecidos pelo sistema ETA/Batalha têm convivido com vaivém de rodízio, situação que deve ser superada no chamado 'período das águas', marcado pelo verão, que começa no dia 21 de dezembro.
Quanto mais próximo da nova estação, mais chuvas, que entre quinta e sexta passadas somaram 55,6 milímetros de água, segundo o Centro de Meteorologia de Bauru da Unesp (IPMet). A quantidade evitou que a captação na lagoa do Rio Batalha entrasse em colapso, o que aconteceria se chegasse a 1,30 metro. Na quarta-feira (17), estava em 1,52 metro.
Diante da oscilação do nível da lagoa, o DAE tem anunciado rodízio, cujo sistema varia. Na sexta-feira (19), por exemplo, estava em 24h/24h, ou seja, um dia com água e outro sem, mas no início da semana estava em 24h/72h.
Até a próxima quinta-feira (25), o IPMet não prevê chuva, informa o meteorologista Thiago Ferreira. Neste período, as temperaturas máximas devem oscilar entre 29 e 34 graus, sendo que quanto mais quente, maior o consumo e também a evaporação da água. De acordo com Ferreira, talvez haja novas precipitações a partir de sexta-feira (26).
MANUTENÇÃO
Apesar do fim temporário do rodízio, o DAE informou que a região da Vila Falcão e parte do Jardim Bela Vista tiveram o abastecimento suspenso até o final da tarde deste sábado (20), por conta de uma manutenção programada na Estação de Tratamento de Água (ETA). Com a finalização dos trabalhos, o abastecimento seria normalizado de forma gradativa.
Fonte: jcnet
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