Uma investigação administrativa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) apontou “falha na comunicação” como um dos fatores que prejudicaram a formação de um sistema de segurança robusto durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Em conclusão sobre o episódio, o GSI afirma que houve “dimensionamento insuficiente das equipes de segurança que estavam presentes no Palácio do Planalto” naquele dia. A sindicância foi realizada por quatro meses, entre 31 de janeiro a 6 de junho. O então ministro-chefe do GSI, o general Gonçalves Dias, e o major José Eduardo Natali, que foi flagrado dando água aos manifestantes, foram inocentados pelo episódio. O processo determinou a abertura de “processos acusatórios” contra outros dois militares do GSI, que não tiveram os nomes revelados. O documento também sugeriu ao Exército uma apuração interna acusatória contra o então chefe da Coordenadoria da Avaliação de Risco, o coronel Alexandre Santos de Amorim, que, segundo o GSI, seria o responsável por alertar sobre a gravidade da situação.
O órgão de segurança afirma ainda que não recebeu nenhuma informação da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) sobre os atos violentos daquele dia e que também não recebeu contato da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre os riscos das manifestações. A sindicância aponta que o GSI não foi informado pelo “Correio Sisbin”, um canal de comunicação direto com a Abin. Além disso, o processo administrativo informa que o aplicativo “Radar”, da Abin, que funcionava como outro meio de comunicação, também não estava funcionando desde o ano passado.