O incêndio devastador que destruiu parte do Parlamento sul-africano na Cidade do Cabo no domingo, 2, recomeçou nesta segunda-feira, 3, pouco antes das 17h locais (12h no horário de Brasília. “O incêndio se reavivou no teto do edifício que abriga a Assembleia Nacional”, declarou à AFP Jermaine Carelse, porta-voz dos bombeiros da cidade. De manhã, diante do arrefecimento das chamas como um todo, os serviços de emergência haviam anunciado que apenas de dez a 20 bombeiros permaneceriam no local. Então em menor proporção, o incêndio continuava ativo na parte mais antiga. Nela, há vários tesouros, entre obras de arte e patrimônio que remontam ao século XVII. Não houve vítimas, mas os danos foram catastróficos. O incêndio começou no domingo por volta das 5h (00h de Brasília) na parte mais antiga do edifício, que remonta a 1884. As partes mais recentes da construção datam de 1920 e 1980.
Ainda não se determinou a extensão da devastação causada pelo incidente que destruiu completamente a sede da Assembleia Nacional. O porta-voz do Parlamento, Moloto Mothapo, contou que o teto da Assembleia desabou. “A Câmara inteira, onde os membros legislavam, foi queimada”, descreveu. O complexo era composto por três partes: o prédio que abrigava a Assembleia Nacional; uma ala onde ficava a Câmara Alta, ou Conselho Nacional das Províncias; e a parte histórica mais antiga, onde os parlamentares costumavam se reunir. Os presidentes das duas câmaras e membros do governo devem se reunir ainda nesta segunda-feira para fazer um primeiro balanço da situação. Jean-Pierre Smith, membro do Comitê de Segurança da Prefeitura da Cidade do Cabo, indicou que todo complexo foi danificado, devido ao incêndio, mas também por causa das toneladas de água usadas para conter as chamas. “A temperatura ainda é de 100 graus, o que torna difícil medir a extensão dos danos”, acrescentou Smith.
De acordo com os primeiros elementos da investigação, o incêndio teve dois focos. Além disso, o fechamento de uma tomada d’água impediu que o sistema automático de extinção de incêndios funcionasse corretamente. Nas próximas 24 horas, será enviado um relatório para o presidente Cyril Ramaphosa. Ele esteve no local da tragédia no domingo. A polícia informou, nesta segunda, que indiciou um suspeito de 49 anos, detido dentro do complexo do Parlamento. O homem – que será levado à Justiça na terça-feira, 4, foi indiciado por “invasão de propriedade” e por “incêndio criminoso”. Ele também será julgado por ter atentado contra uma propriedade do Estado, declarou a unidade de elite da polícia sul-africana em um comunicado. Esta é a segunda vez em menos de um ano que o Parlamento é danificado pelo fogo. Em março, um incêndio foi declarado, mas, ao contrário desta segunda, acabou rapidamente controlado. Foi neste enorme edifício vitoriano, de tijolos vermelhos e de fachada branca, que o último presidente da era do Apartheid, Frederik de Klerk, anunciou, em fevereiro de 1990, o fim do regime racista. Na África do Sul, a Cidade do Cabo abriga o Parlamento, enquanto a sede do Executivo fica em Pretória.
*Com informações da AFP
Fonte: jovempan
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