Empresas criadas em comunidades começam a receber investimentos com as primeiras ofertas públicas de ações. A ideia de uma bolsa de valores das favelas surgiu a partir de uma necessidade de criar uma ponte entre as startups das comunidades e os investidores que não sabem como atuar. O G10 favelas, bloco de líderes e empreendedores que reúne as dez maiores favelas brasileiras e a plataforma de investimentos DivHub, lançou então a bolsa de valores das favelas, em que as pessoas poderão se tornar sócias de frações das empresas que operam nas comunidades brasileiras. Os empresários devem informar o balanço financeiro, escolher quanto da companhia desejam ofertar no mercado e determinar a quantidade de ações ou divs, que serão negociadas ao custo de R$ 10 reais. Se, por exemplo, uma empresa que capta R$ 1 milhão tem o plano de devolver aos investidores R$ 1,6 milhão em cinco anos, o retorno será de 12% ao ano. Gilson Rodrigues, presidente do G10 favelas, afirma que o intuito é democratizar os investimentos. “Nossa ideia é fazer com que 18 iniciativas que estão aqui dentro do G10hub possam participar e que qualquer startup do Brasil que precise de investimento e que seja da favela também possa ver na bolsa uma possibilidade de receber investimento e fazer com que seu sonho possa ser realizado. 40% da população de favelas foi empreender e falta dinheiro, falta oportunidade”, comentou.
Até o momento, duas companhias realizaram o IPO na bolsa de valores das favelas. O G10 Bank Participações, banco aprovado pelo Banco Central pra atender clientes da comunidade, e o Favela Brasil Express, companhia especializada no serviço de entregas nas favelas. Giva Pereira, presidente da Favela Brasil Express, pretende levantar R$ 1 milhão e 300 mil oferecendo 5% de quanto a empresa está avaliada. “Isso desde o lançamento, que foi na última sexta-feira, a gente já está com 10% da meta de captação de R$ 1 milhão e 300 mil até o final dessa rodada, a gente já está com R$ 130 mil captado e com mais de 11 mil dividendos. A insegurança não se combate com segurança, se combate com convivência, ou seja essa parceria com essas grandes empresas, esses grande players de e-commerce, só funcionou porque eu chamei eles para trazer e mostrar a favela com um olhar diferente, com um olhar de potência, com um olhar de solução, não com olhar de problemas. Então, convido outras pessoas, outras empresas, inclusive, a investir, porque é um negócio que tem um potencial, e empresas que irão ser parceiros também para mostrar a favela com um novo olhar”, pontuou Pereira. Desde abril, a Favela Brasil Express realizou 180 mil entregas em sete favelas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Apenas em 20 de Black Friday a expectativa é superar esse número e chegar a 200 mil entregas nessas sete comunidades.
Fonte: jovempan
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