Ao menos 95 pessoas morreram nas inundações provocadas pelas chuvas torrenciais na região de Valência, sudeste da Espanha, que também geraram imagens impactantes de torrentes de água devastando ruas e arrastando automóveis. O governo regional valenciano confirmou que o número provisório de mortos pelas inundações causadas pela “gota fria do século” – fenômeno meteorológico na forma de um sistema de baixa pressão – na província de Valência é de 92 pessoas, de modo que continua o fluxo de mortes confirmadas, que começou nesta manhã com 51, que subiu para 62, depois 70 no início da tarde e agora chega a 92. Chuvas torrenciais e fortes ventos atingiram o sul e leste da Espanha desde o início da semana, provocando inundações em Valência e na região da Andaluzia. Algumas áreas da Comunidade Valenciana permaneciam sem serviço de telefonia e energia elétrica nesta quarta-feira e alguns pontos da região estavam inacessíveis devido a estradas inundadas, informou o presidente regional, Carlos Mazón.
Imagens registradas na terça-feira mostram torrentes de água arrastando carros. Os sistemas de transporte ferroviário e aéreo foram gravemente afetados. Moradores da região tentavam retirar a lama de suas casas com baldes e caminhavam com água na altura do quadril para tentar salvar seus pertences. “Reiteramos a importância de não fazer deslocamentos por estrada nas províncias afetadas na região de Valência”, insistiu Mazón nesta quarta-feira.
“Toda nossa solidariedade e carinho às famílias das pessoas que morreram nesta tragédia e para aqueles que, neste momento, continuam procurando seus entes queridos. A Espanha chora com todos vocês”, disse o primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, no Palácio de Moncloa. “As administrações públicas estão trabalhando, estamos trabalhando de forma coordenada para fazer o possível e vamos disponibilizar todos os meios necessários hoje, amanhã e pelo tempo que for necessário para que possamos nos recuperar desta tragédia, não vamos deixá-los sozinhos”, acrescentou Sánchez, antes de alertar que o desastre é uma emergência que “continua”. O Congresso espanhol respeitou um minuto de silêncio nesta quarta-feira em homenagem às vítimas.
“Desolados com as últimas notícias (…) Nossos mais sinceros pêsames aos parentes e amigos dos mais de 50 mortos. Força, ânimo e todo o apoio necessário para todos os afetados”, afirmou Casa Real espanhola em uma mensagem na rede social X. Em algumas áreas, a quantidade de chuva em apenas um dia foi equivalente ao que está previsto para um mês, segundo a imprensa local. “Estamos diante de uma situação inédita, da qual ninguém tem recordação”, disse o chefe do governo de Valência. Com o número atual de 51 mortos, este é o fenômeno meteorológico com o maior número de vítimas na Espanha desde agosto de 1996, quando 86 pessoas morreram durante as chuvas torrenciais que destruíram um camping na província de Huesca.
O governo enviou mais de mil soldados da Unidade Militar de Emergências (UME), especializada em missões de resgate, a Valência para apoiar os serviços locais. “Também serão enviadas equipes especiais com cães, se for necessário”, disse a ministra da Defesa, Margarita Robles, que citou um “fenômeno sem precedentes” em Valência, onde a avalanche de água foi tremenda. A prefeitura de Valência anunciou a suspensão das aulas e dos eventos esportivos. Também informou que os parques permanecerão fechados. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a “Europa está pronta para ajudar” a Espanha. “O que estamos vendo na Espanha é devastador. Meus pensamentos estão com as vítimas, suas famílias e as equipes de resgate”, escreveu na rede social X.
Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da AFP
Fonte: jovempan
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