Israel ampliou nesta segunda (14) sua campanha militar na guerra contra a milícia radical xiita Hezbollah no Líbano com bombardeios em uma região de maioria cristã, matando 21 pessoas. Ao mesmo tempo, israelenses buscaram abrigo dos projéteis disparados em retaliação. Os bombardeios aéreos de ontem atingiram a região de Aito, no norte do Líbano. O Exército de Israel não comentou as mortes e não informou qual era o alvo do ataque. A operação ocorreu um dia depois que um drone do Hezbollah foi lançado contra uma base do Exército israelense, matando quatro soldados e ferindo sete.
Até agora, os ataques israelenses no Líbano eram concentrados no sul e no leste, no Vale do Bekaa, e nos subúrbios de Beirute, áreas onde vive a maioria da população muçulmana e o Hezbollah tem mais influência. A campanha militar vinha poupando regiões de maioria cristã, como Aito, apesar da sensação de insegurança crescente em todo o Líbano por causa dos ataques em regiões densamente povoadas. Vídeos da mídia libanesa mostraram uma grande nuvem de fumaça subindo da cidade, com vários carros destruídos ao lado de um prédio também danificado, enquanto socorristas tentavam remover corpos dos escombros.
O Exército de Israel, por sua vez, anunciou a morte de Kamal Naim, comandante da unidade antitanque do Hezbollah, em um ataque aéreo, mas não especificou em qual região ele estava. A milícia xiita não comentou. O ataque do Hezbollah à base militar de Israel no domingo foi o mais mortal do grupo desde a invasão do Líbano há duas semanas com o objetivo de restaurar a segurança do norte do território israelense. Em outra ação com drones armados ontem, 61 pessoas ficaram feridas perto de Binyamina, centro do país.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, visitou a base militar e os soldados feridos ontem, prometendo que o país continuará “a atacar o Hezbollah sem compaixão em todo o Líbano, incluindo em Beirute”. O Hezbollah, aliado do Hamas, prometeu manter seus ataques a Israel até que haja um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Enquanto isso, o Oriente Médio segue em alerta máximo, à espera de Israel retaliar o ataque de mísseis do Irã lançado no dia 1.º de outubro. Segundo o Washington Post, Netanyahu teria dito ao presidente americano, Joe Biden, que estaria planejando um ataque militar que não atinja instalações petrolíferas ou nucleares, de acordo com duas fontes do governo familiarizadas com o assunto, sugerindo uma ação limitada para prevenir uma guerra em grande escala.
Mais cedo, a Autoridade de Radiodifusão Israelense, conhecida como Kan, afirmou, citando fontes próximas das discussões, que o Irã teria afirmado aos EUA, por meio de um terceiro país, que se o contra-ataque fosse calibrado, Teerã poderia dar como encerrado o conflito e não responderia. Mas, se por outro lado, atingisse plataformas de petróleo ou usinas nucleares, não teria escolha a não ser “cruzar linhas vermelhas” contra Israel. No domingo, o Pentágono anunciou o envio de um moderno sistema antimíssil e 100 soldados americanos para operá-lo, reforçando as defesas de Israel.
Os combates também atingiram a força de paz da ONU no sul do Líbano, a Unifil. O organismo acusou o Exército israelense de disparar e ferir deliberadamente seus soldados. Netanyahu pediu no domingo para que os capacetes azuis (soldados da força de paz) fossem removidos. O chefe da Unifil, Jean-Pierre Lacroix, respondeu, porém, que eles continuarão onde estão.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: jovempan
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