O Exército de Israel bombardeou na madrugada de hoje (5), tendas de refugiados adjacentes ao Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Deir al-Balah, naquela que é considerada uma “zona humanitária” estabelecida pelas próprias Forças Armadas, e matou quatro palestinos, segundo informou a Defesa Civil do enclave. Uma declaração militar israelense afirmou que a área estava sendo usada como centro de operações do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina, razão pela qual o Exército realizou um ataque seletivo com o objetivo de “eliminar uma ameaça imediata”. As Forças Armadas destacaram à que o ataque ocorreu contra uma área “adjacente” ao hospital, e não contra o centro em si, embora seus arredores sirvam de refúgio para alguns dos cerca de dois milhões de deslocados que estão amontoados na “zona humanitária”.
A agência de notícias palestina “Wafa” informou que entre as vítimas fatais do ataque havia mulheres e crianças, embora não tenha fornecido mais informações a respeito. “Antes do ataque, foram tomadas medidas para mitigar o risco de danos aos civis, como a utilização de munições de precisão, vigilância aérea e inteligência adicional”, alegou o comunicado militar israelense, com uma mensagem que costuma utilizar após atacar pontos protegidos pelo direito humanitário internacional, como hospitais ou escolas. Neste sentido, as Forças Armadas denunciaram que as milícias palestinas operam a partir de infraestruturas civis, o que “viola o direito internacional”.
Esta não é a primeira vez que Israel ataca a “zona humanitária” localizada ao longo da costa no sul de Gaza. No último mês de julho realizou contra este ponto um dos seus mais violentos bombardeios, matando 90 pessoas ao longo das praias de Al Mawasi com o objetivo de atingir Mohammed Deif, chefe do braço armado do grupo terrorista Hamas. As Forças Armadas de Israel designaram uma “zona humanitária” que abrange os territórios de Al Mawasi e Khan Younis, no sul de Gaza, e Deir al-Balah, no centro, embora tenham reduzido seu perímetro ao longo dos meses sob a premissa de que o os milicianos usam-no para atacar as tropas.
Pelo menos 90% da população de Gaza – mais de dois milhões de pessoas – foi deslocada pela guerra, e a grande maioria está amontoada no enxame de tendas da “zona humanitária”, em más condições humanitárias marcadas pela escassez de água e eletricidade. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), “mais de um milhão de pessoas não receberam qualquer ração alimentar em agosto no sul e no centro de Gaza” devido ao fluxo reduzido de caminhões de ajuda humanitária que entram no enclave. A “Wafa” relatou ainda que, próximo a Deir al-Balah, o campo de refugiados de Nuseirat – também no centro de Gaza – sofreu ataques de artilharia israelense, algo que também ocorreu no sul de Khan Younis e Rafah.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: jovempan
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