22 de Novembro de 2024

Jd. Guadalajara: corte de árvores gera nova polêmica


Mais uma ação de retirada de árvores gera polêmica em Bauru. Desta vez, no Jardim Guadalajara, onde teve início, nesta semana, a supressão de várias espécies, especialmente em uma área chamada de bosque pelos moradores. O bairro conta com famílias que residem no local há cerca de 50 anos, muitas delas "responsáveis" pelas árvores que estão sendo cortadas.

Uma placa de identificação instalada no trecho demonstra que a supressão da vegetação ocorre devido à duplicação de uma parte da avenida Manoel Duque. A obra, segundo a prefeitura, é contrapartida de uma empresa, que instalou a sua sede no bairro.

Porém, a empresária Caroline Assis, de 40 anos, que reside com a família há 25 anos no Jardim Guadalajara, disse que nenhum comunicado oficial foi feito aos moradores e que a informação sobre o corte veio somente de um funcionário da empresa que realiza a obra. "Não houve reunião e o impacto vai ser grande, porque estão fazendo a supressão de muitas árvores antigas, frondosas e que foram plantadas pelos moradores mais antigos do bairro. Não estamos sabendo qual vai ser a compensação e como ela vai ser feita. Haverá um impacto na nossa vida", critica.

CONTRAPARTIDA

Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria do Meio Ambiente (Semma) informou que a supressão das árvores é necessária para abrir espaço à duplicação de uma quadra da avenida Manoel Duque. Esta obra, ainda segundo a pasta, ocorre como contrapartida à instalação da sede de uma empresa na região, após Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).

"Esta empresa construiu uma nova sede naquele local, para onde estão sendo transferida quase a totalidade dos funcionários que trabalhavam na antiga sede", diz a nota.

O total de árvores suprimidas não foi divulgado, contudo, os moradores estão preocupados, principalmente por conta do impacto ambiental. "Já estamos vendo alterações no microclima e na fauna. Estamos percebendo a mudança na temperatura e, principalmente, nos pássaros", diz Caroline.

A moradora questiona o fato de que a compensação pela supressão das árvores pode ser feita em outra parte da cidade, o que prejudicaria os residentes da região. "Eu entendo que os moradores foram ignorados até o momento", lamenta.

Caroline afirma que entrou em contato com a Semma nesta terça-feira (7) para ter mais informações, mas apenas foi orientada a registrar o fato por e-mail.

REPRESENTAÇÃO

De acordo com o advogado Edilson Marciano, que acompanha o caso, tem aumentado o número de reclamações de bauruenses em relação à falta de transparência no licenciamento de grandes obras na cidade. Conforme o JC noticiou, o advogado é representante também dos moradores do Jardim Araruna, que questionam a instalação de marginais da Rondon nas proximidades do bairro, e atuou no simbólico caso da Praça Portugal. "Eu tenho tentado ajudar por entender que precisamos nos preocupar com clima", comenta.

A disparidade na dificuldade que moradores encontram, muitas vezes, para retirar uma árvore que possa gerar algum risco com a quantidade de outras que são suprimidas para empreendimentos também é questionada por ele. "Pessoas esperam vários anos por uma simples autorização para extração de uma árvore em seu lote urbano. Não tem como a pessoa não se revoltar quando acontece uma derrubada de árvores de grande magnitude", conclui.



Fonte: JC Net

Fonte: jcnet

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