O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou em março um plano estratégico nuclear altamente secreto que, pela primeira vez, reorienta a estratégia de dissuasão americana para se concentrar no arsenal nuclear em rápida expansão da China, informou nesta terça-feira (20) o jornal The New York Times. O roteiro também busca, pela primeira vez, preparar os EUA para possíveis desafios nucleares coordenados de China, Rússia e Coreia do Norte. O documento em questão é atualizado aproximadamente a cada quatro anos e é tão sigiloso que não há cópias eletrônicas, apenas um pequeno número de cópias impressas distribuídas a algumas autoridades de segurança nacional e comandantes do Pentágono.
O NYT destacou que a diretriz deve ser apresentada ao Congresso antes que Biden deixe o cargo, em janeiro do ano que vem, ao término de seu mandato. O documento examina em detalhes se os EUA estão preparados para crises nucleares ou para uma combinação de armas nucleares e não nucleares. O jornal lembrou que, no passado, a possibilidade de que os adversários dos EUA pudessem coordenar ameaças nucleares para superar o arsenal nuclear do país parecia remota, mas explicou que a “parceria emergente” entre Rússia e China e as armas convencionais que Coreia do Norte e Irã estão fornecendo à Rússia para a guerra na Ucrânia mudaram o pensamento de Washington.
A mudança também é atribuída às ambições nucleares da China. A expansão nuclear está ocorrendo em um ritmo mais rápido do que as autoridades de inteligência dos EUA previram há dois anos, impulsionada pela determinação do presidente Xi Jinping de igualar ou superar o tamanho dos arsenais de Washington e Moscou. Em outubro de 2023, o Pentágono declarou que a China tinha 500 ogivas nucleares até maio, um número que estava a caminho de ultrapassar as projeções anteriores, e poderia chegar a mil até 2030. O relatório anual divulgado pelo Departamento de Defesa a pedido do Congresso americano sobre o poder militar da China estimou que esse arsenal continuará a crescer até 2035 e enfatizou que a estratégia militar do país asiático considera a parceria “ilimitada” com a Rússia como fundamental para seu desenvolvimento como uma grande potência.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: jovempan
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