O julgamento de Paulo Cupertino, que teve início na tarde desta quinta-feira (10), foi cancelado pela Justiça de São Paulo no começo da noite, após o réu destituir seu advogado, alegando sentir-se “indefeso”. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ) através de sua assessoria de imprensa. Um novo júri será agendado pelo juiz Antonio Carlos Pontes de Souza para processar o empresário e seus dois amigos, envolvidos na investigação dos assassinatos de Rafael Miguel e dos pais do ator, ocorridos em 9 de junho de 2019, na zona sul da capital paulista.
De acordo com o Ministério Público (MP), Cupertino disparou 13 tiros contra Rafael, de 22 anos, e o casal João Alcisio Miguel, de 52, e Miriam Selma Silva Miguel, de 50 anos. A acusação afirma que o empresário cometeu o crime motivado por ciúmes, por não aceitar o relacionamento de sua filha, Isabela Tibcherani, com o ator, que na época tinha 18 anos e atualmente está com 23.
Cinco anos após o crime, o julgamento de Cupertino havia começado por volta das 15h30 no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste, mas foi cancelado pelo juiz do caso às 19h30, quando o empresário decidiu dispensar a defesa do advogado Alexander Neves Lopes. De acordo com Lopes, o advogado destituído, Cupertino fez essa escolha “porque achou que tudo era um grande circo, por causa da forma como foi tratado, com algemas e sem algemas”.
Como a legislação proíbe que um réu seja julgado sem um defensor, o juiz decidiu dissolver o Conselho de Sentença para que o réu pudesse constituir um novo advogado, que precisará se atualizar sobre o processo. Ademais, outros sete jurados terão que ser escolhidos novamente, e, mesmo com dois depoimentos realizados na tarde de hoje, as testemunhas serão ouvidas novamente.
A decisão de anular o julgamento foi anunciada pelo juiz após Paulo Cupertino decidir destituir sua defesa, logo após os depoimentos de sua ex-companheira, Vanessa Tibcherani, e da filha, Isabela Tibcherani. O relato das duas apontavam Cupertino como o único possível responsável pelos crimes. Cupertino justificou sua decisão alegando uma “quebra de confiança”. O réu segue preso preventivamente e deverá ser intimado a constituir uma nova defesa para a continuação do processo.
Com 54 anos, o empresário Paulo Cupertino responde ao processo preso, enfrentando acusações de triplo homicídio qualificado, motivado por razões fúteis e por ter utilizado recursos que impediram a defesa das três vítimas. Os outros dois réus no mesmo processo são Eduardo Jose Machado, de 45 anos, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora, de 59. O MP os acusa de favorecimento ilegal, pois, segundo a denúncia, ajudaram Cupertino a fugir e se esconder após os assassinatos. Ambos respondem ao processo em liberdade.
Fonte: jovempan
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