Um tribunal de apelações de Londres aceitou nesta sexta-feira, 10, um recurso movido pelo governo dos Estados Unidos contra a decisão de não extraditar Julian Assange, o fundador do WikiLeaks. “O tribunal admite o recurso”, pontuou brevemente o juiz Timothy Holroyde, responsável pelo caso. Outro pedido do tipo feito em janeiro foi barrado por uma juíza de primeira instância que considerou alto o risco de Assange cometer suicídio se fosse extraditado. A justificativa dos EUA, porém, foi de que o réu receberia o tratamento adequado no país e não ficaria submetido a práticas “punitivistas” de segurança máxima. Agora, o caso deve voltar a ser examinado em uma nova data, mas a defesa do australiano prometeu entrar com uma apelação contra o recurso “o mais rápido possível”. A expectativa é de que o Supremo Tribunal Britânico seja acionado.
A decisão britânica logo causou repercussão no mundo. A ONG Anistia Internacional chamou as garantias de Washington sobre o bem estar do réu de “pouco confiáveis” e até mesmo o governo da Rússia, em crescente tensão com os EUA nos últimos meses, chamou a decisão da Justiça do Reino Unido de “vergonhosa”. Os Estados Unidos tentam julgar o fundador do site WikiLeaks por causa da publicação de quase 700 mil documentos secretos do governo norte-americano a partir do ano 2010. A maior parte dos papéis divulgados pelo site de Assange tem ligações com grandes guerras travadas pelos EUA na década 2000, como a do Afeganistão e do Iraque. Antes de ficar detido na Inglaterra, Assange, que é acusado de espionagem, morou na embaixada equatoriana de Londres por sete anos. Ele foi detido após uma mudança presidencial no país latino. Se voltar ao país norte-americano, ele pode receber pena de 175 anos de prisão.
Fonte: jovempan
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