O Tribunal Regional Federal da 1ª Região trancou a investigação contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha de tentar obstruir investigações do Ministério Público Federal (MPF) no caso conhecido como “quadrilhão do MDB”. No caso, um áudio do ex-presidente Michel Temer (MDB) no qual ele diz sócio da JBS Joesley Batista para manter a relação com Cunha foi entendido como uma tentativa de comprar o silêncio de Cunha, com pagamento de propina. O áudio foi usado como prova contra Cunha e Temer. Com o ex-presidente da República absolvido em 2019, o relator do caso, desembargador Ney Bello, explica que a prova não foi considerada suficientemente forte para dar prosseguimento às investigações e que, agora, também não poderia ser considerado forte para dar andamento ao caso de Cunha. Portanto, na avaliação da Justiça, não há indícios suficientes de qualquer tipo de irregularidade contra Cunha neste caso e, por isso, não houve uma avaliação do mérito da questão.
O áudio de Michel Temer veio a tona em 2017. Ele conversava no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, com Joesley Batista. E, depois do empresário dizer que tinha uma relação com Cunha, Temer respondeu: “Tem que manter isso, viu?!”. A mensagem abriu desconfianças de um esquema de corrupção com pagamento de propina, e foi motivo da abertura das investigações contra os políticos. Após a absolvição de Temer no inquérito, a defesa de Cunha pediu à justiça que o mesmo entendimento fosse dado para a ação contra o ex-presidente da Câmara.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin