O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) deflagrou na última terça-feira, 14, a “Operação Penalidade Máxima”, que visa investigar uma associação criminosa especializada na manipulação de resultados de partidas da Série B do Campeonato Brasileiro. Como prosseguimento da apuração do caso, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) informou nesta quarta-feira, 15, que os criminosos teriam fraudado três jogos da última rodada da 2ª divisão: Vila Nova 0 x 0 Sport, Criciúma 2 x 0 Tombense e Sampaio Corrêa 2 x 1 Londrina. Segundo o promotor de Justiça Fernando Martins Cesconetto, o esquema contou com a participação de jogadores, que deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo das partidas. De acordo com o jornal “O Popular”, os atletas envolvidos são Romário (ex-Vila Nova), Matheusinho (ex-Sampaio Corrêa), Joseph (Tombense) e Gabriel Domingos (Vila Nova). O Gaeco apurou que eles receberam R$ 10 mil de adiantamento para a prática ilícita. Caso o combinado fosse cumprido, eles receberiam mais R$ 140 mil. Já o lucro esperado para os apostadores variava de R$ 500 mil a R$ 2 milhões.
A investigação ainda afirma que, no caso da partida do Vila Nova, apesar da tentativa de manipulação e do pagamento antecipado ao jogador, o pênalti não foi cometido. Nas outras duas, entretanto, as penalidades foram assinaladas. Em razão do não cumprimento do “combinado”, o jogador do time goiano passou a ser pressionado e cobrado intensamente para ressarcimento do prejuízo. De acordo com o Gaeco, o caso veio à tona em novembro do ano passado, com uma denúncia do próprio presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo. No entendimento do Ministério Público de Goiás, a prática da associação pode ter acontecido em jogos dos Estaduais e até mesmo na Série A do Brasileirão. Até o momento, apenas um empresário foi preso temporariamente, em São Paulo, por suspeita de ser responsável pelas apostas e de intermediar contatos com os atletas. Também foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Goiânia, São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ). Os envolvidos vão ser enquadrados na prática de associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção em âmbito esportivo. Coordenador do Gaeco, Rodney da Silva fez questão de ressaltar que a investigação está concentrada em pessoas físicas. Assim, ao menos por enquanto, não há risco dos clubes serem punidos com perda de pontos, multas ou até mesmo rebaixamento.
Em nota, o Vila Nova se manifestou sobre o episódio e disse que irá colaborar com toda a investigação. “O Vila Nova Futebol Clube informa que auxilia, na condição de denunciante, o Ministério Público do Estado de Goiás, que através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT), deflagrou a Operação Penalidade Máxima na manhã desta terça-feira (14). O Vila Nova Futebol Clube aguarda a manifestação do MP/GO com mais informações e ressalta seu papel colaborativo e o compromisso com valores éticos, morais e de lisura que são princípios do clube e do esporte”, declarou. Sampaio Corrêa e Tombense foram procurados pela reportagem do site da Jovem Pan, mas ainda não se manifestaram. A defesa dos jogadores ainda não foi localizada.
Fonte: jovempan
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