Desde o início da campanha eleitoral, o candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem evitado falar em possíveis nomes para ministérios de um eventual novo governo, especialmente o da Economia. Entretanto, em entrevista ao jornal Correio Brasiliense nesta quinta-feira, Lula traçou o perfil ideal para o cargo: “O meu ministro da economia terá o perfil de um cara que tenha muita inteligência política, uma pessoa que tem que pensar na responsabilidade fiscal, mas tem que pensar também na responsabilidade do social. Cada vez que a gente pensar que tem que segurar o dinheiro, temos que pensar que tem gente passando fome, gente dormindo embaixo de ponte, que tem crianças abandonadas, crianças que voltaram para a escola com dois anos de atraso, porque passaram dois anos sem estudar”. Lula também vem sendo pressionado a apresentar um plano mais detalhado para a economia do Brasil. A três dias da eleição, o petista, então, lançou uma carta com sinalizações para o segmento. O texto foi apresentado pouco antes do fechamento do mercado, que não reagiu bem. A bolsa de valores chegou a subir e o dólar caiu assim que as diretrizes foram divulgadas, mas, em seguida, inverteram a tendência. Segundo analistas, a carta não trouxe grandes novidades.
No documento, Lula se compromete com uma “política fiscal responsável” que “deve seguir regras claras e realistas, com compromissos plurianuais, compatíveis com o enfrentamento da emergência social que vivemos e com a necessidade de reativar o investimento público e privado”. Com o título “Carta para o Brasil do Amanhã”, Lula elenca 13 temas prioritários e reafirma promessas de campanha, além de incluir pontos defendidos por pessoas que anunciaram apoio a ele no segundo turno, como Marina Silva (Rede) e Simone Tebet (MDB). O candidato afirma que, se eleito, vai trabalhar numa nova legislação trabalhista, reajustar o salário mínimo acima da inflação e incluir uma faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, também promete a igualdade salarial entre gêneros, apoio a construção de creches e uma bolsa para estudantes que terminarem o ensino médio – como defendia Tebet.
Lula ainda comentou a suspeita levantada pela campanha do opositor, Jair Bolsonaro (PL), de um suposto boicote de rádios a propagandas eleitorais. “Nós temos que disputar pessoas que estão indecisas ou que votaram branco e nulo. A gente tem que convencer a irem votar. No restante, é direito de chorar, de espernear de quem está percebendo que vai perder as eleições. Eu acho que o Bolsonaro está ciente de que vai perder essas eleições, ciente de que o povo já está tomando essa decisão. Ela acompanha pesquisa, ela estuda e encomenda pesquisa. Ele sabe que ele vai perder essas eleições porque o povo está precisando de mudança”, disse.
*Com informações da repórter Nanny Cox
Fonte: jovempan
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