As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada afetaram quase 90% dos municípios gaúchos. Até o momento, 445 cidades de um total de 497 foram atingidas pelas consequências do evento climático extremo que afetou mais de 2 milhões de pessoas, segundo boletim da Defesa Civil divulgado ao meio-dia deste sábado (11). O Estado contabiliza 136 mortos e 125 desaparecidos. Até o momento, 340 mil pessoas estão desalojadas e desse total, 71,4 mil estão em abrigos. As forças de segurança, com auxílio de voluntários, conseguiram resgatar 74,1 mil pessoas e mais de 10 mil animais. Até o momento, 20 mil homens e mulheres foram mobilizados pelas Forças Armadas para atuar na Operação Taquari 2, como foi batizado o esforço de resgate e contenção dos efeitos das enchentes no estado.
Neste sábado, a Defesa Civil alerta para previsão de chuvas fortes e persistentes com risco de alagamentos e descargas elétricas nas regiões Oeste, Centro, Vales, Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPOA), Serra e Litoral Norte. As autoridades seguem em alerta, para o caso de agravamento da situação. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas fortes no Rio Grande do Sul. A expectativa é de que o cenário se prolongue até o domingo (12) com maior intensidade entre o centro-norte e leste do estado, incluindo o litoral norte e o sul de Santa Catarina.
A Defesa Civil também atualizou neste sábado (11) as informações de monitoramento das barragens. A escala usa três níveis: Nível de Emergência, quando há risco de ruptura iminente, exigindo providências para preservação de vidas; Nível de Alerta, quando as anomalias representam risco à segurança da barragem, exigindo providências para manutenção das condições de segurança; e Nível de Atenção, que é quando as anomalias não comprometem a segurança da barragem no curto prazo, mas exigem monitoramento, controle ou reparo no decurso do tempo. Atualmente, o mais perigoso, Nível de Emergência, classifica a PCH Salto Forqueta, em São José do Herval/Putinga, monitora pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e as barragens de Saturnino de Brito, em São Martinho da Serra, e Santa Lúcia, em Putinga, monitoradas pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). Portanto, há pelo menos três barragens no Estado em situação de emergência.
Na madrugada de sexta para sábado os maiores volumes precipitados ocorreram na Região Hidrográfica do Guaíba e Litoral Norte, com acumulados superando pontualmente os 100 mm. Em função dessas chuvas e dos solos ainda com muita umidade, os rios Taquari e Caí apresentaram respostas hidrológicas atingindo limiares de alerta, apesar disso a tendência é que ambos rios entrem em estabilidade ainda hoje. O rio Uruguai deve atingir o pico de cheia em Uruguaiana ainda hoje, registrando quase 4 metros acima da cota de inundação. A Lagoa dos Patos apresenta níveis elevados e segue em elevação próximo a Pelotas e região. Os demais rios do estado apresentam declínio ou estabilidade. Os rios da região do delta do Jacuí apresentaram declínio. O nível da água do lago Guaíba voltou a subir na manhã deste sábado (11), de acordo com a medição feita no cais Mauá, em 10 centímetros entre 8h e 9h, indo de 4,6 metros para 4,7 metros. As autoridades gaúchas temem um novo repique de elevação já que há previsão de novas chuvas fortes atingirem o estado neste fim de semana.
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