Trabalhadores de várias partes do mundo foram às ruas nesta quarta-feira (1) para exigir melhores condições trabalhistas e redução da jornada de trabalho. Cuba, França, Argentina, Espanha, Turquia e Bangladesh, foram alguns dos países de registraram protestos. Aqui na América do Sul, Sob o lema: “A Pátria não está à venda”, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), um dos sindicatos mais importantes da Argentina iniciou uma mobilização massiva por ocasião do Dia Internacional do Trabalhador para “defender os direitos trabalhistas” e contra o “ajuste brutal” promovido pelo governo de Javier Milei, e convocou seus trabalhadores sindicalizados e outros grêmios a se mobilizarem pelo centro de Buenos Aires até chegar ao ‘Canto al Trabajo’, uma escultura de 14 figuras de bronze sobre uma pedra, que representam o trabalho em busca do progresso, um monumento localizado em frente à Faculdade de Engenharia da Universidade de Buenos Aires.
“Todos os direitos sociais, trabalhistas, sindicais e profissionais estão ameaçados. É um dia de reivindicação e defesa das conquistas e dos direitos adquiridos que se pretendem violar sem respeitar a voz dos trabalhadores”, afirmou a CGT em comunicado. Além dos sindicatos, organizações sociais e de esquerda como o Partido Obrero se unirão ao protesto, marchando em direção à emblemática Praça de Maio. As manifestações desta quarta, acontecem dias antes da greve nacional marcada para o dia 9 de maio, a segunda contra o governo Milei desde que este tomou posse, em 10 de dezembro do ano passado.
Em Cuba, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se em Havana para celebrar o 1º de Maio, em meio a uma das maiores crises econômicas em décadas. Pelo segundo ano consecutivo, a celebração principal foi realizada na Tribuna Anti-imperialista José Martí, e não na Praça da Revolução, nem houve um desfile massivo, como aconteceu durante décadas, com exceção dos anos da pandemia. Os participantes, muitos deles com fotografias do falecido líder cubano Fidel Castro ou do ex-presidente Raúl Castro, encheram o local – a poucos metros da embaixada dos Estados Unidos – e parte da avenida Malecón desde o início da manhã. Eles agitavam pequenas bandeiras cubanas e palestinas. Os gritos mais repetidos foram “Viva Fidel!”, “Pátria ou morte, venceremos!” e “Viva o socialismo!” Segundo os organizadores, o governo, a Central de Trabalhadores de Cuba (CTC, sindicato único) e as associações de massa próximas do Partido Comunista reuniram cerca de 200 mil pessoas no local.
Nos últimos dois anos, Cuba está assolada em uma profunda crise econômica, que limita o poder de mobilização do partido governista devido à escassez de combustível. o, Ulises Guilarte De Nacimiento, secretário-geral da CTC, atribuiu a situação à “intensificação da política dos Estados Unidos” contra a ilha, mas também às “insuficiências internas”. “Isto impacta negativamente os níveis de consumo, a escassez de alimentos e medicamentos bem como a perda de poder de compra de salários e pensões”, lamentou o dirigente do sindicato único. O salário médio do Estado em 2023 foi de 4.648 pesos cubanos (US$ 38,7, pelo câmbio oficial), um aumento anual de pouco mais de 10%. Como referência, nas lojas privadas de Havana o preço de uma caixa de 30 ovos custa até 3.500 pesos (US$ 29,16, pelo câmbio oficial).
A França também registrou protestos nesta quarta. Porém, diferente do que se viu aqui na América do Sul, dezenas de pessoas foram detidas e agentes feridos. Segundo as autoridades, cerca de dez agentes ficaram feridos e tiveram de ser hospitalizados, embora seu estado não fosse grave. Este é o resultado dos incidentes ocorridos durante as manifestações em Paris, Lyon e Nantes e em algumas outras cidades francesas, nas quais participaram 121 mil pessoas, segundo o Ministério do Interior, e mais de 210 mil, de acordo com a Confederação Geral do Trabalho (CGT). Os conflitos mais graves ocorreram em Paris, onde as autoridades policiais indicaram que antes das 18h (hora local) 45 pessoas tinham sido detidas.
A CGT, que foi um dos centros de convocação, estimou que 50 mil pessoas participaram da marcha na capital, enquanto para a polícia foram 18 mil. Em todo o caso, estes números foram muito inferiores aos de 1º de Maio de 2023, quando quase 800 mil pessoas saíram às ruas, segundo a polícia, e 2,3 milhões, de acordo com a CGT, mobilizadas então durante três meses e meio de protestos contra a reforma das pensões do governo de Emmanuel Macron.
*Com informações da EFE e AFP
Fonte: jovempan
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