22 de Novembro de 2024

Militares declaram golpe de Estado no Gabão, na África


TV Gabon 24 via AFP

Um grupo de oficiais militares declarou um golpe de Estado no Gabão, na costa oeste da África Central, nesta quarta-feira, 30. Autoridades eleitorais haviam acabado de anunciar a vitória do presidente Ali Bongo para um terceiro mandato. Doze militares apareceram na emissora de TV estatal ‘Gabon 24’ afirmando que tomaram o poder do país que, segundo eles, “enfrenta uma grave crise institucional, política, econômica e social”. O grupo invalidou o resultado das eleições presidenciais, realizadas no último final de semana. Na capital, Libreville, centenas de pessoas celebraram o golpe nas ruas. Assim como o Niger, que está sob comando de militares desde um golpe no fim de julho, o Gabão foi uma colônia da França até 1960.

Até o momento, não foi possível descobrir onde está Ali Bongo Ondimba, que está no poder há 14 anjos e cuja família governa o país há mais de 55 anos. A eleição aconteceu sem a presença de observadores internacionais. Os militares, que alegaram falar em nome de um “Comitê para a Transição e Restauração das Instituições”, anunciaram a dissolução de “todas as instituições” do país do centro-oeste da África, rico em petróleo. Eles afirmaram ainda que as fronteiras do país permanecerão “fechadas até nova ordem”. Entre os militares que fizeram o anúncio, estavam membros da Guarda Republicana (GR), a guarda pretoriana da presidência, cujos integrantes são reconhecidos por suas boinas verdes, além de soldados do exército oficial e membros da polícia.

A França afirmou que acompanha a situação no Gabão “com grande atenção”. A China anunciou que “acompanha de perto a evolução da situação” e pediu garantias à segurança de Bongo.

Eleições polêmicas

A ação dos militares aconteceu poucas horas após o anúncio da reeleição do presidente Ali Bongo Ondimba, que segundo a autoridade eleitoral recebeu 64,27% dos votos. Os resultados oficiais da votação foram divulgados durante a madrugada pela televisão estatal, sem qualquer aviso prévio. O anúncio aconteceu durante toque de recolher e com o serviço de internet cortado em todo o país, medidas impostas pelo governo antes do fim da eleição para evitar, segundo as autoridades, a divulgação de “notícias falsas” e possíveis “atos de violência”. O acesso à internet foi restabelecido após o anúncio dos militares.

Bongo concorreu por um terceiro mandato, reduzido de sete para cinco anos. Os resultados indicam que seu principal rival, Albert Ondo Ossa, teve 30,77% dos votos. Ondo Ossa denunciou “fraudes orquestradas pelo grupo Bongo” duas horas antes do fim do horário de votação e reivindicou a vitória. O candidato opositor, 69 anos, foi o nome escolhido oito dias antes das eleições pela principal plataforma de partidos de oposição, ‘Alternance 2023’. Desta maneira, o professor de Economia da Universidade de Libreville e ex-ministro de Omar Bongo teve apenas seis dias para fazer campanha.

* Com informações de agências internacionais


Fonte: jovempan

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