O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou na última sexta-feira, 5, os Estados Unidos de terem participado dos ataques de drones realizados contra o Kremlin e prometeu “medidas concretas” como forma de resposta e medida de força dos russos. Em declaração à imprensa após a reunião do Conselho de Ministros das Relações Exteriores da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), o chefe da pasta que coordena a política internacional chamou o ato realizado contra a sede do poder russo de “ato hostil”. “Está bastante claro que os terroristas de Kiev não poderiam tê-lo cometido sem o conhecimento de seus donos [em referência aos Estados Unidos]. Responderemos com ações concretas”, prometeu o chanceler. Lavrov também ressaltou que Moscou “não desistiu de resolver os problemas causados pelas ações dos Estados Unidos e de seus fornecimentos de armas à Ucrânia para enfrentar a Rússia” e que, por isso, não irá interromper a “operação militar” em solo ucraniano. “Todos entendem a natureza geopolítica do que está acontecendo, e todos entendem que sem resolver o principal problema geopolítico, que é o desejo do Ocidente de manter sua hegemonia e ditar sua vontade a todos, é impossível resolver qualquer crise, seja em Ucrânia ou em outras partes do mundo”, concluiu.
Na última quarta-feira, 3, o sistema de segurança russo impediu que drones realizassem um ataque ao Kremlin e, após o episódio, Moscou acusou o governo de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, de execução no ato e a Casa Branca de participação da ofensiva. Após a acusação de que a ação seria um “ato terrorista”, o Comitê de Investigação da Rússia abriu um processo judicial em decorrência do ataque com drones. “O Departamento Principal do Comitê de Investigação da Rússia abriu um processo […] em relação a uma tentativa de ataque à residência do presidente russo no Kremlin”, informou o órgão por meio de comunicado. O presidente da Ucrânia, no entanto, concedeu uma entrevista na Finlândia após se reunir com líderes de Estado de Finlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia e negou qualquer participação na suposta tentativa de assassinato de Vladimir Putin. “Não atacamos Putin ou Moscou, apenas lutamos em nosso território, defendemos nossas vilas e cidades”. Por fim, a presidência russa disse ainda que o governo “se reserva o direito de tomar medidas de retaliação onde e quando considerar apropriado”. Autoridades do alto escalão russo, incluindo o vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, pediram que Putin aja com firmeza por meio do uso de armas capazes de “destruir” as autoridades de Kiev ou levar à “eliminação física” de Zelensky.