Eleito para a nova composição do Senado Federal, a partir do ano que vem, o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) usou o Twitter neste sábado, 8, para criticar a série de reportagens do Intercept que ficaram conhecidas como “Vaza Jato”. O site, comandado na época por Glenn Greenwald, revelou conversas do Telegram que mostraram proximidade entre Moro e os procuradores da Operação Lava Jato, em especial Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa. O conteúdo, obtido por um hacker e repassado para a equipe de reportagem do Intercept, foi determinante para a sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspeição de Moro nos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que hoje disputa o segundo turno da eleição presencial contra Jair Bolsonaro (PL). “Houve a persecução penal do paciente em cenário permeado pelas marcantes atuações parciais e ilegítimas do ex- juiz Sergio Fernando Moro”, destacou o ministro Gilmar Mendes, em seu voto. Em campanha aberta para a reeleição de Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça voltou ao tema usando como escada uma entrevista em que Marco Aurélio Mello deu ao podcast CD Talks, com duras críticas à atuação o Supremo no julgamento sobre suspeição. “A tal da Vaza Jato sempre foi uma Farsa a Jato de militantes políticos que queriam anular as condenações de ladrões do dinheiro público”, disparou Sergio Moro.
Também na rede social, o ex-juiz destacou a diminuição da violência no governo Bolsonaro — o Fórum Brasileiro de Segurança Pública deste ano mostrou a redução do número de homicídios, mas apresentou dados preocupantes sobre violência doméstica —, sobretudo durante sua passagem pelo Ministério da Justiça. “Uma coisa é bem verdade: durante os governos do PT (Lula/Dilma), os números de crimes violentos só cresceram no Brasil. Durante o governo Bolsonaro, caíram ano a ano, e as maiores quedas ocorreram durante minha gestão em 2019 no Ministério da Justiça“, disse Moro. “O erro fundamental do PT é a visão de mundo de que o criminoso é um coitadinho, uma vítima da sociedade. Não é, lugar de bandido é na cadeia. Aliás, quem mais sofre com a criminalidade violenta é a população mais pobre. Melhorar a segurança pública melhora a vida dos mais pobres. Não vejo um governo do PT com capacidade para combater a criminalidade violenta ou organizada”, completou. Crítico do presidente enquanto preparava sua candidatura ao Planalto, o ex-ministro cessou os ataques a Bolsonaro após se candidatar ao Senado e mirou o canhão a Lula. Para conquistar o eleitorado conservador, começou a colar sua imagem ao governo, até fazer as pazes após o primeiro turno. “O que faltou ao Moro foi um pouco mais de vivência política quando veio trabalhar conosco. Passado é passado. A história se faz de várias maneiras. Coerência, reconhecimento, humildade e gratidão”, disse o atual mandatário da República.
Fonte: jovempan
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