10 de Novembro de 2024

Mudanças climáticas deve tornar as tragédias ambientais mais frequentes; entenda


A tragédia causada pelas fortes chuvas em Petrópolis intensifica os debates sobre a relação dos temporais com as ocupações urbanas e as mudanças climáticas. Longe de ser um caso isolado, o cenário na região serrana do Rio de Janeiro reflete uma situação também vivida recentemente por cidades da Bahia e Minas Gerais, por exemplo, que sofreram com as enchentes, deslizamentos de terra, soterramentos e a destruição de casas e espaços públicos após pancadas de chuvas. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o gerente de Desenvolvimento Urbano do WRI Brasil, Henrique Evers, explicou a relação entre o clima e o aumento dos desastres naturais em diferentes regiões do país. Segundo ele, a previsão é que as tragédias se tornem maiores e numerosas.

“A tendência com as mudanças climáticas é que esses eventos aconteçam com mais frequência e intensidade e isso é fruto do impacto da sociedade no clima”, pontua. “Quando estamos em áreas urbanas existe toda questão da urbanização, a forma como as cidades se desenvolvem. Temos um processo histórico de confrontar a natureza como algo que impede o desenvolvimento, enquanto hoje falamos de integrar a natureza. O que isso quer dizer? O local onde acontecem esses eventos são de alguma forma previsíveis, mas podem ser mitigados. Sabemos que sabemos o que aconteceu e que mudanças climáticas vão acontecer com mais frequência. O que precisamos fazer para evitar tragédias como essa é entender a natureza como forma central de como conservar as cidades”, completou Henrique Evers.

Segundo ele, os eventos climáticos causados pelas mudanças ambientais não se limitam ao aumento das chuvas, mas também à escassez hídrica, seca e ondas de calor, que também refletem nas cidades. “Os problemas são complexos e têm causas variáveis, uma delas é o clima. Eventos estão se agravando, vão ocorrer com maior frequência e intensidade devido ao aquecimento da média global de temperatura. Precisamos adaptar as cidades aos impactos que vão ocorrer, ou vamos continuar vendo 200, 300 pessoas morreram todos os anos.”


Fonte: jovempan

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