Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam queda nos números de nascimentos e casamentos entre 2019 e 2020. A inserção e o crescimento da mulher no mercado de trabalho são alguns dos principais motivos para a queda da natalidade no mundo. O Brasil segue um ritmo semelhante, mas um outro fator contribuiu para a redução de nascimentos registrados nos últimos dois anos: a pandemia da Covid-19. Segundo o levantamento, o número caiu 4,7%. Ainda de acordo com o IBGE, o número de casamentos também tem caído a cada ano. Desde 2015, o país vivencia a retração e o isolamento social e as medidas restritivas impostas pela pandemia da Covid-19 impactaram ainda mais nas relações – uma queda de 26,1% em 2020.
A ginecologista especializada em reprodução assistida Adriana de Góes considera que muitos casais se viram em um momento de incerteza e resolveram adiar os planos de ter filhos. Para ela, o número de nascimento pode crescer no pós-pandemia, mas isso vai depender da condição financeira das famílias. “Eu acho que a medida que a gente tiver uma retomada econômica, a gente vai ter proporcionalmente um aumento da natalidade, mas a tendência mundial é de se ter menos filhos. Hoje, o filho único é absolutamente comum ou não ter filhos também é uma questão”, afirma.
Segundo o levantamento do IBGE, todas as regiões do país apresentaram queda na taxa de natalidade. No entanto, norte e nordeste registraram números maiores do que a média nacional, com 6,8% e 5,3% respectivamente. O Amapá foi o estado com maior retração, com 14,1%, seguido de Roraima, com 12,5%, e Acre, com 10%. Nos últimos 20 anos, a idade com que as mulheres têm tido filhos aumentou. Em 2000, 71,1% das mulheres que deram a luz tinham menos de 30 anos. Em 2020, esse número caiu para 62,1%. A médica Adriana de Góes ressalta que, no período da pandemia, muitas mulheres optaram pelo processo de congelamento de órgãos para decidir sobre a maternidade no futuro. “Por isso, eu acho que teve esse aumento de preservação da fertilidade e, eu espero que isso continue dessa forma para que a mulher adie a gravidez, mas não seja impedida de sua maternidade, no momento que ela quiser, ter a opção de engravidar quando quer é um privilégio”, disse.
Fonte: jovempan
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